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‘X’ na palma da mão, dobrar dedos e socorro em app: conheça sinais de emergência para situações de violência

Em casos de privação de liberdade, vítima pode não saber como pedir socorro. Especialistas em segurança dão dicas de como agir e prevenir agressões. Vítimas de violência doméstica podem procurar farmácias, condomínios, hotéis e supermercados no DF e apresentar um sinal vermelho na mão, como alerta de que estão vivendo uma situação de vulnerabilidade
Paulo H. Carvalho/Agência Brasília
Em situações de perigo e privação de liberdade, a vítima pode não saber como pedir socorro, principalmente quando o agressor está no local. Nesses casos, sinais discretos de emergência podem ajudar e evitar que o pior aconteça.
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Desenhar um “X” vermelho na palma da mão, dobrar os dedos por cima do polegar ou pedir socorro em aplicativos de entrega e transporte são algumas alternativas.
Especialistas ouvidos pelo g1 explicam que em casos de privação de liberdade — como sequestro, tráfico humano ou cárcere privado — sinais físicos, gestos, códigos manuais, símbolos e mensagens são ferramentas para solicitar ajuda de forma discreta e eficaz. Veja ainda dicas de como prevenir situações de perigo.
‘X’ na palma da mão
Conheça o código que pode ser usado por mulheres para denunciar agressão
Uma campanha do Conselho Nacional da Justiça (CNJ) lançada em 2020 incentiva mulheres vítimas de violência doméstica a desenharem um “X” vermelho na palma da mão para sinalizar que estão em perigo.
Segundo o CNJ, cerca de 15 mil farmácias, prefeituras, órgãos do Judiciário e agências do Banco do Brasil em todo o país aderiram à campanha. Nesses locais, atendentes, ao verem o sinal, imediatamente acionam as autoridades policiais.
Como funciona:
O sinal “X” feito com batom vermelho (ou qualquer outro material) na palma da mão ou em um pedaço de papel, o que for mais fácil, permitirá que a pessoa que atende reconheça que aquela mulher foi vítima de violência doméstica;
Quando a pessoa mostrar o “X”, o atendente, de forma reservada, usando os meios à sua disposição, registra o nome, o telefone e o endereço da suposta vítima, e liga para o 190 para acionar a Polícia Militar;
Em seguida, se possível, conduz a vítima a um espaço reservado, para aguardar a chegada da polícia. Se a vítima disser que não quer a polícia naquele momento, ela deve ser respeitada;
Para a segurança de todos, sigilo e discrição são muito importantes;
Se houver flagrante, a Polícia Militar encaminha a vítima e o agressor para a delegacia de polícia. Caso contrário, o fato será informado à delegacia para dar os encaminhamentos necessários – boletim de ocorrência e pedido de medida protetiva.
Outras formas de pedir ajuda
Policial ensina a fazer sinal de ajuda em casos de emergência
A professora Tatiana Daré, da Universidade de Brasília (UnB), especialista em estudos de violência e segurança, explica que o sinal de socorro é um dos modos de pedir ajuda de forma discreta. Consiste em dobrar os dedos sobre os polegares. O método viralizou nas redes sociais e foi ensinado pela Polícia Militar de São Paulo (veja vídeo acima).
“Trata-se de um gesto simples, facilmente reconhecível e projetado para ser usado quando a comunicação verbal não é possível ou é arriscada, podendo ser utilizado durante vídeos chamadas, em locais públicos, conversas ou interações informais com amigos, vizinhos e familiares, por exemplo”, diz a professora.
O delegado da Polícia Civil do Distrito Federal Petter Ranquetat, explica que há outros métodos de pedir socorro de forma discreta. Embora não sejam institucionalizados como o “X” do CNJ, eles podem ser úteis.
📌Mandar mensagem por meio de aplicativos de entrega ou de transporte é uma das formas.
“A pessoa pode pedir socorro na observação do aplicativo. Eu já passei por uma situação também de uma pessoa que não possuía um telefone e começou a jogar papéis no vizinho, até que uma hora esse vizinho se deu conta e acionou a polícia”, diz o delegado.
Prevenindo o perigo
O policial explica que compartilhar a localização em tempo real com pessoas de confiança pode ser útil quando a pessoa vai fazer um trajeto ou ir a um local onde pode haver riscos. Já nas situações em que o perigo já está sendo vivenciado, a professora Tatiane Daré dá algumas dicas:
De acordo com as orientações das instituições de segurança pública, é necessário manter a calma – na medida do possível – avaliar a situação, observar o entorno, e identificar possíveis pontos de fuga, ou qualquer item que possa ser usado para defesa ou comunicação;
Em situações de privação de liberdade, a ansiedade pode levar a decisões impulsivas e aumentar o risco. Por isso, é fundamental ter conhecimento prévio sobre recursos e estratégias de segurança;
Após o incidente, buscar apoio psicológico é crucial para lidar com o trauma. O suporte jurídico, oferecido por advogados especializados em direitos das vítimas e violência, também pode fornecer orientação legal e apoio para a família.
O delegado Petter Ranquetat reforça que, caso a vítima tenha acesso a canais telefônicos, é essencial tentar os canais oficiais da polícia.
“Em todo o Brasil, as polícias militares são identificadas com o número 190. As polícias civis normalmente são vinculadas ao telefone 197 para denúncia”, alerta o delegado.
Propagar a informação
Imagem mostra silhuetas de pessoas
Agência Brasil
A professora da UnB Tatiana Daré explica que, de modo geral, essas medidas são recentes e demandam uma ampla conscientização da sociedade para serem efetivas. Por isso, ela reforça a importância de disseminar todos os tipos de pedido de ajuda.
“Investir em campanhas informativas promovidas por órgãos públicos e auxiliadas pelas redes sociais pode ser uma forma eficaz de alcançar um público mais amplo e garantir que as informações cheguem a quem realmente precisa”, diz a professora.
Tatiana explica que é necessário expandir essas ações para cobrir casos de vulnerabilidade relacionados à privação de liberdade.
“Atualmente, não existe uma base de dados centralizada com estatísticas detalhadas sobre a frequência de uso dessas ferramentas ou seu impacto em termos de resgate e assistência. A coleta sistemática de dados é um desafio crucial e deve ser implementada para permitir a mensuração e o monitoramento eficaz das políticas”, pontua.
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