Não sei por que os oficiais de justiça sempre me encontram quando querem me intimar em algum processo. Ou melhor: eu sei. Porque nunca me escondo deles. Nunca me escondi.
Eu não mando dizer que não estou em casa, estando. Desde que criei este blog há 20 anos, trabalho quando a maioria de vocês dorme. Quem me segue no X, ex-Twitter, sabe disso.
Alguns dos oficiais de justiça até costumam deixar o número dos seus telefones para que eu ligue quando for possível. E eu ligo todas as vezes. E eles reaparecem para me intimar.
Não deveria ser tão difícil intimar políticos com domicílio em Brasília e obrigados a frequentar o Congresso. Sim, eles trabalham pouco por aqui, de dois a três dias por semana.
Mas para não terem seu ponto cortado, acabam aparecendo. Apareciam mais antes da pandemia da Covid. Aí, o presidente da Câmara dos Deputados inventou a “sessão virtual”.
A pandemia passou, mas a sessão virtual, não. Os deputados continuam podendo votar à distância, e dar a senha para que assessores votem em nome deles. Uma maravilha, não é?
Talvez por isso, o Supremo Tribunal Federal tenta há seis meses intimar o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para que responda a uma queixa-crime – mas sem sucesso.
Em julho de 2023, Eduardo disse que “não tem diferença de um professor doutrinador para um traficante de drogas que tenta sequestrar nossos filhos para o mundo do crime”.
E acrescentou: “Talvez até o professor doutrinador seja ainda pior, porque ele vai causar discórdia dentro da sua casa, enxergando opressão em todo o tipo de relação”.
Dos filhos Zero de Bolsonaro, Eduardo é o mais ideológico. Se Flávio, senador, gosta de fazer negócios, Carlos de ajudar o pai e Jair Renan de se divertir, Eduardo gosta de polemizar.
Foi ele que disse que para fechar o Supremo bastariam um cabo e um soldado. Foi ele que viajou à Argentina e pediu asilo para os golpistas do 8/1. Foi ele que esculhambou o Nordeste.
O ministro bolsonarista Kassio Nunes Marques, relator do processo, em 23 de outubro do ano passado, abriu prazo de 15 dias para que Eduardo se manifestasse, o que não aconteceu.
Um mês e pouco depois, as oficiais da Justiça Federal Cristiane Oliveira e Doralúcia Santos apresentaram um relato detalhado das dificuldades que tiveram à caça de Eduardo.
Foram sete tentativas fracassadas de intimá-lo. Elas dizem que receberam “informações imprecisas” dos funcionários do deputado e que nunca conseguiram acesso a ele.
A deputada federal Luciene Cavalcante (PSOL-SP) pediu a Nunes Marques que faça a citação por hora certa, determinando um horário para que Eduardo receba a notificação judicial.
Paulo Gonet, procurador-geral da República, recomendou em 16 de maio último a aprovação do pedido de Luciene. Então foi a vez de Nunes Marques não se manifestar. Ficou calado até agora.
Compreensível. Um dia, Nunes Marques entrou no gabinete do então presidente Bolsonaro na condição de candidato a uma vaga de ministro do Superior Tribunal de Justiça.
Foi amor à primeira vista. Bolsonaro gostou tanto dele que lhe ofereceu a vaga de ministro do Supremo. Nunes Marques saiu de lá muito agradecido.
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