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Traficante de armas preso em SP pagou R$ 50 mil por soltura no Paraná

São Paulo – Preso em flagrante na segunda-feira (9/12), após a Polícia Civil apreender 87 armas ilegais, escondidas em um bunker secreto, em um bairro de alto padrão da zona sul paulistana, Ricardo Bekeredjian — apontado como traficante de armas — estava solto desde novembro, após pagar R$ 50 mil de fiança à Justiça Federal do Paraná.

Ele possuía o registro de Colecionador, Atirador Esportivo de Caçador (CAC), com o qual, de acordo com apontamentos do Exército, adquiriu 72 armas legalizadas. A prática, como mostram investigações policiais, era feita com o intuito de ocultar as armas ilegais, supostamente vendidas para o submundo.

Apontado como fornecedor de armamento pesado para facções criminosas, como o Primeiro Comando da Capital (PCC), Comando Vermelho (CV) e também para quadrilhas que realizam mega-assaltos, por meio do “Novo Cangaço”, Ricardo foi preso por transportar centenas de munições e quase 40 fuzis, desmontados, ocultos em caixas de som na fronteira do Paraguai com o Brasil.

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Preso já respondia por tráfico internacional de armas

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Armas seriam comercializadas com o crime organizado

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Arsenal ilegal era composto também por pistolas e revólveres

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Armas usadas em guerra estavam em bunker

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O flagrante ocorreu em 16 de setembro, realizado por agentes federais, e cujas provas apresentadas convenceram a Justiça Federal, em primeira instância, a decretar a prisão por tempo indeterminado do criminoso no dia seguinte.

Apesar de mencionar haver “provas de materialidade do crime de tráfico internacional de arma”, acrescentando “indícios suficientes de autoria” contra Ricardo, o desembargador federal Marcelo Malucelli concedeu — no dia 27 de novembro — ao acusado de tráfico de armas o benefício de liberdade provisória.

Para isso, o magistrado arbitrou fiança de R$ 50 mil, alegando que a medida seria “a melhor ao caso em tela”.

“Por um lado, garante a liberdade do indiciado, e por outro, compensa o perigo a que a sociedade é exposta com sua soltura, inibindo possível reiteração criminosa”, diz trecho do parecer, publicado em 27 de novembro.

Solto no Paraná e preso em SP

Com o pagamento da fiança, Ricardo, que se apresenta como empresário, retornou a São Paulo, onde reside — em Santo Amaro, na zona sul.

Uma testemunha anônima denunciou à 4ª Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas (Cerco), da Polícia Civil de São Paulo, que Ricardo mantinha um arsenal clandestino, em um bunker, na casa da mãe, que morreu há cerca de seis anos. Ela era vizinha do filho.

A denúncia acrescenta que Ricardo levava as armas ilegais desmontadas, do Paraguai até a residência da mãe, onde montava o arsenal e o comercializava com integrantes do crime organizado. “Parece coisa de filme, mas não é”, afirma a testemunha, em documento policial, obtido pelo Metrópoles.

A reportagem apurou ainda que Ricardo já registrou 13 empresas em seu nome, das quais sete seguem com CNPJ ativo, a maioria delas de compra e venda de imóveis.

Passagem secreta

A investigação da 4ª Cerco constatou que, para acessar o arsenal, composto por 87 armas ilegais na casa da mãe, o criminoso usava o fundo falso de um guarda-roupas, com entrada na casa dele, conforme mostra um vídeo feito pela Polícia Civil (assista abaixo), na segunda-feira (9/12).

 

“Esse poderio armamentista [apreendido] passaria às mãos de criminosos, que extremamente bem armados, tomam cidades e inocentes morrem nessas empreitadas criminosas. Eles usam armamento de guerra, cedidos por pessoas como esse indivíduo [Ricardo]”, afirmou ao Metrópoles o delegado Ronald Quene, responsável pela investigação do traficante em território paulista.

O policial acrescentou que “não convém” falar que Ricardo seja colecionador. “Ele mantinha armas ilegais em um bunker. Nada justifica essa conduta. Certamente, ele venderia esse armamento para pessoas envolvidas em crimes.”

Em 18 de setembro de 2007, Ricardo Bekeredjian foi preso tentando embarcar com 30 mil dólares, não declarados, em um voo que iria partir do Aeroporto de Congonhas, na zona sul da capital paulista, para Foz do Iguaçu, cidade paranaense que faz fronteira com o Paraguai — país estratégico para o crime organizado fazer o transbordo de armas e drogas.

A defesa dele não foi localizada pelo Metrópoles, o espaço segue aberto para manifestações.

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