Alisson Beserra Santos está preso na Casa de Prisão Provisória (CPP). Polícia concluiu investigação e indiciou o suspeito por tortura, racismo, estelionato, extorsão e coação. Alisson Beserra Santos foi indiciado por totura e tinha um arsenal de armas, conclui polícia – Goiás
Reprodução/TV Anhanguera
A Polícia Civil (PC) concluiu as investigações contra Alisson Beserra Santos. Ele é dono de um PUB em Goiânia e, segundo a polícia, torturou um funcionário por dois anos, aplicou golpes de até R$ 1 milhão com promessas de aposentadorias e guardava um arsenal de armas em casa.
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O g1 não localizou o contato do advogado de Alisson para pedir um posicionamento até a última atualização desta reportagem. De acordo com a PC, ele está preso preventivamente na Casa de Prisão Provisória (CPP). Ele foi indiciado por tortura, racismo, estelionato, extorsão e coação.
A polícia prendeu um ex-funcionário de Allison suspeito de participar do episódio de tortura. Segundo a PC, a esposa de Allison, Marilia Borges, está foragida. De acordo com a PC, ela sabia e participou dos crimes. O g1 não localizou as defesas do ex-funcionário e de Marília para pedir um posicionamento.
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Polícia Civil (PC) divulgou as fotos de Marilia Borges para ajudá-los nas buscas por ela – Goiás
Divulgação/Polícia Civil
Saiba como Allison agia:
Tortura
As investigações identificaram que Allison torturou Junio Mendes de Freitas, de 50 anos, por dois anos. De acordo com a Polícia Civil (PC), a vítima era sócio e trabalhou com o indiciado na construção do PUB, era mantido em condições análogas a escravião, xingado e agredido quase diariamente.
“Ele dizia que o Junio devia para ele, o ameaçava e a família dele. Ele foi obrigado a passar carros, dinheiro, imóveis e estoques da empresa para Allisson”, detalhou o delegado Daniel Oliveira.
Oliveira ainda contou que Junio quase morreu ao ser enforcado por Allison e um ex-funcionário. Segundo a investigação, em setembro de 2022, a vítima trabalhava no telhado do PUB e o indiciado “ficou nervoso”. Allison amarrou uma corda em uma viga, fez um laço e enforcou Junio.
“Eles obrigavam o Junio a subir em uma lata de tinta e o enforcava até ele desmaiar. Então, eles o acordavam, e fizeram isso por três vezes”, disse.
O delegado afirma que, após esse episódio, a vítima fugiu sem dar notícias à família e reapareceu após ver as notícias da prisão de Allison. De acordo com a PC, no interrogatório, o ex-funcionário que ajudou Allison confessou o crime e disse que o fez por medo de também ser vítima do enforcamento.
Junio Mendes de Freitas, de 50 anos, foi torturado pelo falso advogado – Goiás
Reprodução/TV Anhanguera
Golpes
As investigações tiveram início em junho deste ano após Allison ser preso suspeito de aplicar golpes de até R$ 1 milhão, além de ameaçar as vítimas. Ele teria conhecido as vítimas, que são pessoas vulneráveis, em um supermercado e dito que as ajudaria com o processo de aposentadoria.
“A mãe é analfabeta e a filha tem câncer. São duas pessoas vulneráveis, muito simples, humildes e, inclusive, ele chegou a se relacionar com a filha”, disse.
Segundo o delegado, após ganhar a confiança das vítimas, o suspeito pedia os documentos pessoais delas e que elas assinassem contratos e documentos, além de abrir contas bancárias nos nomes delas. “Ele emitia cheques nos nomes delas, que acabaram negativadas”, afirmou.
A Polícia Civil (PC) descobriu os crimes depois que pessoas denunciaram terem recebido cheques com assinatura falsa e sem fundos. “Quando fomos conversar com a mãe e filha, descobrimos a situação com o Alisson”, disse. Segundo Oliveira, o prejuízo às vítimas chega a R$ 1 milhão.
Armas de fogo, munições e granada de gás lacrimogêneo apreendidas com o falso advogado – Goiás
Divulgação/Polícia Civil
Arsenal em casa
A polícia destacou ainda que Allison é Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC) e guardava um arsenal de armas no PUB, que foi usado para ameaçar o Junio e as vítimas dos golpes, e foram apreendidas pela PC. “Ele usava as armas para intimidar as vítimas”, ressaltou o delegado.
Veja lista de objetos apreendidos:
01 granada de gás lacrimogênico;
01 carregador fuzil.40, contendo 10 munições intactas;
01 pistola taurus g2c abk048199, mod. pt111 g2 a. c/02 carregadores, contendo 19 munições intactas;
01 pistola glock bl2n844, 9×19 c/03 carregadores, c/ 10 munições intactas;
01 pistola cz p-10c d336211 c/ 03 carregadores, c/10 munições intactas;
01 caixa cbc c/ 15 munições de 09 mm intactas;
03 caixas de munições 5.56x45mm, c/132 munições intactas;
04 cartelas de munições 38 spl contendo 10 munições intactas em cada;
01 cartela de .40 contendo 10 munições;
01 caixa de munição 5.56x45mm c/17 munições deflagradas;
01 caixa azul contendo 15 munições de 9mm intactas e 15 deflagradas;
01 espingarda rossi .38 especial, nsc 4290533;
02 cartelas contendo munição calibre 380 total de 20 munições;
01 caixa contendo 28 munições 5.56mm,c/ caixa transparente;
01 fuzil t4 cal. 5.56mm taurus abc346420 c/ 05 carregadores;
01 fuzil ctt40 cal.40, abk 034727, c/ 03 carregadores;
01 gauge 12 pump military 3.0 kvh4515876;
01 distintivo da Polícia Civil.
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