A ex-sargento da Força Aérea Brasileira (FAB) Tamyla Guedes de Souza (foto em destaque), foi presa, na manhã desta sexta-feira (11/10), em Ubatuba (SP). A mulher já havia sido indiciada pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) por aplicar uma série de golpes na capital do país e em Goiás. Ela enganava as vítimas por meio da falsa venda de consórcios supostamente contemplados.
A estelionatária teria embolsado o dinheiro pago pelas vítimas após enganá-las, segundo as investigações. Um grupo de 45 pessoas formado por servidores públicos e empresários amargou um prejuízo próximo a R$ 800 mil.
A golpista usava uma lábia afiada para atrair pessoas do próprio círculo de amizades e aplicar o golpe, que envolvia supostas cartas de crédito e consórcios para aquisição de veículos e imóveis, de acordo com as PCDF.
Veja fotos da investigada:
Relatos das dezenas de vítimas, que constam em ao menos 39 ocorrências policiais, revelam que a ex-sargento padronizou a forma de cometer o estelionato.
“Ela sempre afirmava para os amigos, e até familiares, fazerem as transferências, com a promessa de que seriam contempladas com os valores da carta, mas após o repasse dos valores, Tamyla não enviava a carta de crédito prometida”, contou uma das vítimas ouvidas pela coluna Na Mira, que preferiu não se identificar.
Em um dos casos, a golpista simulou vender uma carta de crédito de R$ 350 mil para uma das amigas. A vítima chegou a desembolsar R$ 27 mil como ágio, “para garantir” a compra. No entanto, após receber os pagamentos via Pix, a ex-sargento inventava uma infinidade de desculpas e jamais devolvia o dinheiro.
O caso foi investigado pela 38ª Delegacia de Polícia (Vicente Pires) e aguarda oferecimento de denúncia pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).
Fontes ouvidas pela coluna Na Mira detalharam, ainda, que a estelionatária – que nunca mais foi vista pelas vítimas – teria torrado em jogos de azar hospedados em plataformas digitais, como o “Jogo do Tigrinho”, a quantia obtida.
Tamyla chegou a ser condenada em primeira instância na Justiça Militar pelo crime de peculato, entre 2018 e 2019, época em que integrava os quadros da FAB. Contudo, como era sargento temporária, ela acabou expulsa da Força Aérea após a sentença.
A coluna Na Mira apurou que os crimes praticados por Tamyla começaram em 2018, quando ela tinha 21 anos e era servidora da Aeronáutica. A então militar foi desligada da FAB devido à condenação por desvio de recursos públicos.
O processo que tramitou na Justiça Militar detalhou que, de 1º de julho de 2018 a 31 de março de 2019, ela redirecionou R$ 82 mil de recursos pertencentes à União.
O crime ocorreu no período em que esteve à frente da Secretaria de Alojamento, segundo as apurações do caso à época. O dinheiro era proveniente de pagamentos de diárias de hospedagem efetuados em espécie.
Tamyla se valeu da função de encarregada da secretaria do hotel e alojamento de trânsito do Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta) I para cometer os desvios.
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