São Paulo — A 14ª Câmara de Direito Público o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) condenou, em decisão publicada nessa quinta-feira (23/5), o banco Safra a pagar R$ 220 milhões à Prefeitura da capital em decorrência de multas aplicadas após as investigações da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Sonegação Fiscal, de 2019.
A CPI, que foi presidida pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB) enquanto ele era vereador, apurou esquemas adotados pelos bancos brasileiros para evitar o recolhimento de impostos à cidade de São Paulo por meio da simulação do registro fictício de endereços comerciais em outros municípios da região metropolitana.
Embora alguns bancos, como o Santander e o Itaú, tenham feito acordos para realizar pagamentos à Prefeitura e concordado em mudar suas práticas para evitar acusações de sonegação, o Safra discordou das conclusões da CPI feita pelos vereadores.
Em 2020, a Procuradoria Geral do Município lavrou 43 autos de infração contra o banco após uma operação de fiscalização feita pela CPI da Câmara Municipal.
“A CPI descobriu que a empresa simulou realização de assembleias na cidade de Poá, simulou também a manutenção de um diretor técnico de modo a burlar determinação do Banco Central que prevê tal exigência para empresas operadoras de arrendamento mercantil, simulava até mesmo uma autonomia a uma mesa de crédito no endereço de Poá para caracterizar a sua competência tributária na cidade”, afirmou o relatório final da comissão.
Para a CPI, e posteriormente para os procuradores do município, essas operações ocorriam na sede da instituição financeira, em um prédio icônico na Avenida Paulista, na esquina com a Rua Augusta, em frente ao Conjunto Nacional, ponto turístico da cidade, e não na cidade de Poá.
O banco Safra, contudo, discordou da cobrança e moveu uma ação de anulação de débito fiscal contra a Prefeitura, em julho de 2020.
Em sua petição, o Safra afirmou “sempre agir dentro da legalidade e com absoluta lisura” e que a CPI e a Procuradoria desconsideraram os pagamentos de impostos feitos pelo banco à cidade de Poá.
Na ação, o banco afirmou ainda que em Poá “existia uma estrutura operacional e laboral totalmente compatível para a realização de suas atividades, inclusive já fiscalizada e aceita pela Prefeitura de São Paulo no passado, e por tantas vezes já reconhecida pelo Tribunal de Justiça de São Paulo”.
Os argumentos, contudo, não foram aceitos pela Justiça diante das provas obtidas pela CPI. O banco perdeu a ação em primeira instância em outubro do ano passado e o recorreu ao TJSP, onde foi derrotado novamente nesta semana, com a decisão que manteve as multas.
O Metrópoles procurou o banco Safra para comentar a decisão, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto a manifestação.
Assista aos vídeos do telejornal com as notícias de Minas Gerais. Assista aos vídeos do…
Assista aos vídeos do telejornal com as notícias de Minas Gerais. Assista aos vídeos do…
Assista aos vídeos do telejornal com as notícias de Minas Gerais. Assista aos vídeos do…
Lucas Brito orienta tutores e esclarece que a criação responsável é fundamental para evitar incidentes,…
Marco Aurélio Cardenas Acosta, de 22 anos, foi morto com tiro à queima-roupa em hotel…
Segundo a Secretaria de Saúde, aumento de casos de julho a outubro, situação climática e…