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Planalto avalia que plano para matar Lula sepulta anistia a Bolsonaro

A operação da Polícia Federal contra militares suspeitos de planejarem assassinar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes tem duas consequências para Jair Bolsonaro, na avaliação do Planalto. A primeira seria o “isolamento” do ex-presidente na direita nacional. A segunda, mais dificuldade para continuar com um discurso internacional pró-anistia, uma vez que a ação dominou o noticiário em meio à reunião dos chefes de Estado do G-20 no Rio de Janeiro.

O Planalto acredita que a operação da PF na terça-feira (19/11) atingiu Bolsonaro num momento em que ele está mais isolado, com menos aliados dispostos a arriscar seu capital político para defendê-lo. Se no passado o ex-presidente conseguiu reunir os principais governadores da direita em manifestações contra as demais instituições, hoje, na visão de aliados de Lula, ele não contaria mais com o apoio de nomes como Ronaldo Caiado (União-GO) e Ratinho Jr. (PSD-PR).

Tanto Caiado quanto Ratinho são cotados para disputar a Presidência em 2026. O Planalto avalia que eles não se arriscariam a ser pegos no fogo cruzado entre o ex-presidente e o Supremo Tribunal Federal.

Outro ponto que colaborou para a divisão da direita foi a eleição municipal. Bolsonaro e Caiado brigaram ao lançar candidatos diferentes em Goiânia. Em Curitiba, o ex-presidente fez acordo para apoiar o candidato de Ratinho Jr, mas fez acenos à sua adversária. Em ambos os casos, os gestores estaduais elegeram seus nomes nas capitais.

No quesito internacional, aliados de Bolsonaro destacaram que a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos poderia facilitar a articulação internacional do ex-presidente. Mas, na semana da operação, Lula teve onze reuniões bilaterais com chefes de Estado. Interlocutores destacam que a ação foi assunto entre as autoridades nos bastidores do G20.

Militares ligados a Bolsonaro

O plano para sequestrar e matar Moraes, Lula e Alckmin contou, segundo a PF, com a participação de militares. Um deles é o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o coronel Mauro Cid. O general Mario Fernandes, preso nesta quinta-feira, chegou a ser ministro interino da Secretaria-Geral da Presidência durante seu governo.

Além disso, a investigação da Polícia Federal revelou que o plano para matar as autoridades foi debatido em 12 de novembro de 2022 na casa do general Braga Netto. O militar foi ex-ministro da Casa Civil e da Defesa e candidato a vice na chapa do PL em 2022.

 

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