As recentes enchentes do Rio Grande do Sul devastaram comunidades, deixando um rastro de destruição e sofrimento. Mais de 400 municípios foram atingidos e quase 600 mil pessoas ficaram desalojadas. Para salvar suas próprias vidas, de familiares e vizinhos, os gaúchos se viram de uma hora para outra em situações angustiantes no último mês.
Para Schaiane Brizolla da Silva, moradora de Canoas, a surpresa foi grande. Ela não imaginava que a situação se agravaria tanto.
“No dia 3 de maio, às 14h da tarde, o bairro Mathias Velho (Canoas) já estava de baixo d’água. O que ficou alarmante foi a partir das 17h, quando recebemos vários alertas para sair das casas: Rio Branco, Mato Grande. Existia um mapa de enchentes. Mas em hipótese nenhuma eu achei que as águas poderiam chegar em Canoas. Não acreditei”, relatou a multiartista Schaiane Brizolla da Silva, de 35 anos.
Para ajudar uma amiga que estava desesperada com as águas subindo, Schaiane deixou sua casa e foi em resgate da colega e mais cinco cachorros.
“Eu vi uns barcos ancorados no posto de gasolina, não pensei duas vezes. Peguei o barco e, ao entrar, chamei três meninos que estavam em volta para resgatar o restante das pessoas. Fizemos várias viagens de ida e vinda, percorrendo 2km ou 3km de barco, apenas remando ou empurrando, com a água no pescoço. Eu perdi tudo, a minha casa, roupas, tudo”, contou.
Ela salvou a amiga e seus 5 cachorros. Depois disso, Schaiane passou a participar da comissão de organização de um dos maiores abrigos de animais em Canoas.
Em São Leopoldo, a situação não foi diferente com Tiffany Alves, de 25 anos. Moradora da Rua Guaporé, ela teve sua casa inundada.
“A água invadiu a casa onde eu, meu noivo e minha sogra moramos. Meu noivo e o tio dele, que reside no mesmo terreno, chegaram a subir os móveis, acreditando que a água não ia subir tanto. Estamos há 16 dias esperando a água baixar para saber o estado da casa e se vamos conseguir recuperar algo”, contou Tiffany.
A moradora de São Leopoldo está abrigada na casa dos pais, enquanto o noivo e a sogra estão na casa do cunhado, em Canoas.
Confira como ficou a Rua Guaporé:
A capital do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, também foi muito prejudicada pelas enchentes, oriundas das águas do Lago Guaíba, que atingiu um marco histórico de 5,33 metros.
“No início do mês, 3 de maio, soubemos que o dique do bairro Sarandi já estava enchendo, com risco de enchente. Nós quase não acreditamos. Em casa, faltou energia elétrica e água, foi quando chamei meu namorado e avisei que tinha que sair de casa”, disse a auxiliar administrativa Thais Regina, de 37 anos, moradora da capital gaúcha.
Thais conseguiu ir até a casa do namorado, mas quando retornou ao bairro onde morava, tudo estava debaixo d’água. A casa de auxiliar administrativa, localizada no segundo piso, não foi atingida pela enchente. No entanto, sua vizinha, que mora no andar de baixo, perdeu tudo.
Atualmente, a água já baixou, revelando os resíduos (veja imagens abaixo).
Resíduos aparecem após a água abaixar
Bairro Sarandi em Porto Alegre
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Rodovia de Porto Alegre-compressed
Região da rodovia do parque entre Canoas e Porto Alegre.
Lara Elyn/Metrópoles
Lote de Thais, alagado-compressed
Lote inundado pelas águas
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Casa de Porto Alegre, após o alagemento-compressed
Lote após as águas abaixarem
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Portas danificadas pelas enchentes
Portas danificadas pela enchente do Bairro Sarandi
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Região alagada próximo a rodovia
Região próximo a Canoas
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Região da rodovia de Porto Alegre e Canoas-compressed
Casa inundada pelas enchentes no RS
Lara Elyn/Metrópoles
Residência em Porto Alegre
Lote no bairro Sarandi inundado
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Municípios das vítimas que fizeram o relato
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Moradores e voluntários ajudam nas buscas no bairro de Canoas. Viaduto sobre a Estação Matias Velho onde saíram os trens virou ponto apoio para embarcações dos resgate Rio grande do sul RS 4 14
Moradores e voluntários ajudam nas buscas no bairro de Canoas
IGO ESTRELA/METRÓPOLES
@igoestrela
Moradores e voluntários ajudam nas buscas no bairro de Canoas. Viaduto sobre a Estação Matias Velho onde saíram os trens virou ponto apoio para embarcações dos resgate Rio grande do sul RS 4 9
Resgate de moradores no Rio Grande do Sul
IGO ESTRELA/METRÓPOLES
@igoestrela
Chuvas e inundações no Rio Grande do Sul
Chuvas e inundações no Rio Grande do Sul
IGO ESTRELA/METRÓPOLES
Moradores e voluntários ajudam nas buscas no bairro de Canoas. Viaduto sobre a Estação Matias Velho onde saíram os trens virou ponto apoio para embarcações dos resgate Rio grande do sul RS 4 19
O estado gaúcho registrou a passagem de dois tornados no fim de semana. Ventos de até 140 km/h atingiram a cidade de Cambará do Sul, na região de Aparados da Serra
IGO ESTRELA/METRÓPOLES
@igoestrela
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O caso foi semelhante ao de Sirlei de Souza, de 61 anos, comerciante e moradora do Guaíba City, próximo a Eldorado do Sul.
“Um vazio imenso surge quando você percebe que não tem mais nada. Só agora está começando a cair a ficha. Eu trabalhei uma vida inteira para construir o que eu tenho e, de uma hora para outra, não tenho mais nada. Pela minha idade, fica bem mais difícil”, disse a comerciante. Sirlei perdeu a loja e a casa pelas enchentes.
Em Eldorado do Sul, a arquiteta urbanista Laura Tavares, de 35 anos, deixou sua residência apenas com as roupas do corpo, acompanhada pelo marido e seus dois filhos. “Na madrugada, nós saímos de casa. Não levamos nada, apenas saímos e fomos para a casa da minha sogra, na cidade de Guaíba”.
Laura e sua família ainda não conseguiram retornar para casa. “Não conseguimos retornar, porque, além da instabilidade, a nossa casa ficou muito danificada. Estamos apreensivos, todo dia a gente se sente um pouco inseguro, sem saber o nosso futuro, mas esperamos que essa chuva passe e que possamos retornar ao nosso lar com segurança”
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