Após mais de 280 uruguaios serem presos devido a brigas antes do jogo contra o Botafogo, pela semifinal da Copa Libertadores, o presidente do Peñarol, Ignacio Ruglio, expressou fortes críticas à logística e à segurança oferecida à equipe uruguaia. As duas equipes jogam nesta quarta-feira (23/10), no Rio de Janeiro.
O jogo, disputado no estádio Nilton Santos, teve início adiado em 15 minutos devido ao atraso na chegada da delegação uruguaia ao local, o que foi confirmado pela Conmebol.
Ruglio, visivelmente irritado, afirmou que o atraso não foi apenas uma falha de planejamento, mas algo “armado” para prejudicar o time. Em entrevista à rádio uruguaia Sport 890, Ruglio descreveu o cenário no caminho para o estádio como caótico.
“Viemos em ritmo de pedestre. Ficamos duas horas no ônibus, quando houve uma logística para chegar em 50 minutos”, disse o presidente, acusando grupos organizados de torcedores do Botafogo de bloquearem o caminho e atirarem pedras nos ônibus da delegação uruguaia.
Segundo Ruglio, a explicação dada pela polícia para o transtorno foi “inaceitável”, mencionando o roubo de um celular como motivo para as mudanças no trajeto.
O dirigente ainda lamentou a falta de controle das autoridades locais: “Isso é o Rio de Janeiro, é o Brasil, sempre acontece a mesma coisa aqui e ninguém faz nada”.
Horas antes do jogo, torcedores do Peñarol se envolveram em um conflito com a Polícia Militar na orla do Recreio, na zona oeste do Rio de Janeiro. A confusão, que envolveu o uso de pedras, paus e garrafas, resultou na prisão de 283 pessoas, aumentando ainda mais a tensão para o confronto decisivo entre as duas equipes.
Gonzalo Moratorio, outro dirigente do Peñarol, também criticou a atuação da Polícia Militar do Rio de Janeiro. Segundo ele, o atraso da delegação foi causado por um bloqueio de trânsito que deixou os ônibus presos por quase duas horas nas proximidades do estádio.
“Pararam o trânsito, ficamos presos. A torcida do Botafogo estava entrando. Íamos entrar primeiro, estava tudo acertado, mas a polícia parou tudo”, relatou Moratorio, reforçando o tom de indignação da equipe.
As críticas foram ecoadas pelo ex-presidente do Peñarol, Jorge Barrera, que, nas redes sociais, classificou o incidente como uma “vergonha” e “escândalo”.
Para Barrera, a operação de segurança foi uma das “mais inseguras” que já presenciou em competições internacionais. Ele ainda cobrou sanções duras da Conmebol para evitar que episódios como esse comprometam a integridade da competição.
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