Mais de 650 mil hectares foram recuperados, segundo levantamento inédito de pesquisadores do MapBiomas e da Fundação SOS Mata Atlântica. Um levantamento inédito mostra que a recuperação da Mata Atlântica foi maior do que o desmatamento
652mil hectares de Mata Atlântica renasceram. É uma nova floresta, quase do tamanho de Campo Grande.
Os pesquisadores do MapBiomas e da Fundação SOS Mata Atlântica analisaram a extensão da vegetação de 2008 a 2023. Pela primeira vez, desde que o bioma é monitorado, o número da regeneração foi maior do que o de desmatamento.
“Em muitas áreas que estão sendo abandonadas, as florestas estão voltando. Então, o futuro da Mata Atlântica é a gente garantir a regeneração das florestas e evitar que elas sejam cortadas novamente, para a gente poder ter uma nova Mata Atlântica para o futuro”, afirma Luis Fernando Guedes Pinto, diretor-executivo da SOS Mata Atlântica.
Mais de 650 mil hectares foram recuperados, segundo levantamento inédito de pesquisadores do MapBiomas e da Fundação SOS Mata Atlântica.
Reprodução/TV Globo
O estudo indica que, na comparação de janeiro a setembro deste ano com o mesmo período do ano passado, houve uma queda de 55% no desmatamento da Mata Atlântica no país.
As regiões com maior área de recuperação ficam onde a devastação da floresta foi muito grande no passado.
Os pesquisadores apontam um local como um dos exemplos de regeneração da Mata Atlântica na capital paulista. É o Parque Ecológico Guarapiranga, que tem mais de 330 hectares do bioma.
Para preservar toda a área e recuperar, foi importante abrir as portas para a população para trabalhar com educação ambiental. Mas também houve um esforço de fiscalização e policiamento ambiental.
Fotos de satélite mostram o quanto a área verde aumentou no parque de 1985 até hoje.
Fotos de satélite mostram o quanto a área verde aumentou no parque de 1985 até hoje.
Reprodução/TV Globo
“A gente olha muito o que é da região, o que é nativo, como é que é a forma de crescimento, forma de monitoramento. Então, a gente tem um trabalho muito forte para dispersar sementes e olhar todo o ciclo, desde a semente até o plantio e monitoramento, para de fato ver essa restauração”, conta Natália Resende, secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo.
A pesquisa identificou que a recuperação foi possível com projetos de reflorestamento, corte de crédito para desmatadores ilegais e embargos a áreas desmatadas.
“A gente tem que alcançar o desmatamento zero. Além disso, a gente tem que restaurar a Mata Atlântica, plantar floresta onde ela foi destruída, e as florestas que estão voltando não serem cortadas. Isso é possível, é necessário e urgente para a gente poder ter ar fresco, ter água nas nossas casas, energia elétrica e bem-estar para nós mesmos”, diz Luis Fernando Guedes Pinto.
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