Homens que buscam sexo rápido e sigiloso com travestis circulam com frequência pelas ruas que cortam a região conhecida por abrigar pontos de prostituição, em Taguatinga Sul, próximo a uma fábrica de refrigerantes. Mesmo à luz do dia, os programas ocorrem dentro de veículos ou em vielas pouco movimentadas. Com a mesma proposta e para aquecer o mercado do sexo, um novo reduto de transas a baixo custo surgiu sendo palco de brigas com direito a pedradas, travestis correndo nuas pelos gramados e muito consumo de drogas.
As ruas e áreas verdes nos fundos do Cartório Eleitoral, no centro de Ceilândia, se transforma ainda no meio da tarde. Posicionadas nos canteiros e em áreas de estacionamento que atendem aos comércios próximos, travestis aguardam clientes que rodam pela região de carros, motos e até de bicicletas. A negociação é rápida e não chega a R$ 50 por uma hora de programa.
Mesmo com cliente pechinchando e as travestis aceitando a barganha, os desacertos seguidos de barracos são constantes e assustam moradores que vivem nos prédios próximos. Em uma das gravações registrada por um morador, um homem e uma travesti discutem sobre o pagamento de um programa.
Transtornada, a travesti pegou uma pedra para atirar no cliente e ameaçou danificar o carro em que ele estava. Sem roupas, ela gritava e exigia o pagamento dos valores acordados.
Assustados, moradores chamaram a Polícia Militar. Logo depois, uma viatura chegou ao local e abordou algumas travestis, além do homem envolvido na confusão. Todos acabaram sendo levados para a delegacia.
Com o cair da noite, usuários de crack e traficantes passam a circular pelos pontos. O sexo no local costuma ser regado ao consumo das pedras amarelas. Em alguns casos, travestis trocam minutos de sexo oral por poucas baforadas da droga, geralmente consumidas em latas de alumínio improvisadas como cachimbos.
Durante o dia, algumas barracas de camping armadas na região costumam ser usadas para a realização dos programas sexuais. Armadas nos terrenos tendo comércios ao fundo, as estruturas de lona e metal também funcionam como esconderijo para o consumo de drogas.
Ouvidos pela coluna, moradores que passaram a conviver com a rotina perigosa na região, reclamam do crescimento de pontos de vendas de drogas, brigas e até tentativas de homicídios.
“Quem mora nos apartamentos dos prédios que cercam esses terrenos costuma flagrar o tráfico e o consumo de drogas. Essas atividades estão sempre próximas da prostituição”, afirmou um morador, que preferiu não se identificar com receio de represálias.
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