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Museu em Pilar, AL, guarda registros sobre a última pena de morte no Brasil

Cidade alagoana foi palco de um dos momentos mais sombrios da história do país, ocorrido há 150 anos, em 28 de abril de 1874. Museu em Pilar, AL, guarda registros sobre a última pena de morte no Brasil
O Museu e Casa da Cultura Arthur Ramos, localizado na cidade de Pilar, em Alagoas, guarda documentos que relatam um dos momentos mais importantes e sombrios da história do Brasil: a última vez em que a pena de morte foi aplicada no país.
Os documentos estão expostos no imóvel onde o antropólogo pilarense Arthur Ramos viveu desde que nasceu até os 15 anos de idade. Há 31 anos, o local funciona como um museu, guardando um rico acervo histórico e cultural do município do Pilar.
Alguns dos documentos históricos expostos no museu são relatos de jornais da época sobre a última vez em que a pena de morte foi aplicada no Brasil, há 150 anos.
“Aqui nós temos vários noticiários que contam mais sobre a história. É muito interessante ter essa parte visual, para que as pessoas consigam entender bem o fato”, explica a informante cultural, Sâmilla Pinho.
Segundo o documento exposto no museu, três escravos, identificados como Francisco, Vicente e Prudêncio, foram condenados por terem assassinado um casal influente na região. João Evangelista de Lima e Josepha Martha de Lima foram mortos a pauladas e punhaladas.
Em uma tentativa de fuga, Vicente foi capturado e condenado à prisão perpétua. Os outros dois entraram em confronto com a polícia, quando Prudêncio acabou morrendo. Francisco foi capturado e condenado à pena de morte.
Museu em Pilar, Alagoas, expõe relatos de jornais sobre a última vez em que a pena de morte foi aplicada no Brasil, há 150 anos
Reprodução/TV Gazeta
De acordo com os noticiários, Francisco chegou a fazer um “pedido de graça” a Dom Pedro II, suplicando que a pena de morte fosse substituída por uma pena mais branda, o que foi negado pelo então Imperador do Brasil. Francisco morreu na forca em 28 de abril de 1874.
Francisco foi condenado em uma lei de 1835, que dizia que seria condenado à morte o escravo que matasse ou ferisse gravemente seu senhor ou membros da família dele. Documentos históricos indicam que essa lei surgiu como uma forma de conter as rebeliões escravas.
No dia da morte de Francisco havia escravos na plateia, levados por seus senhores para que o caso lhes servisse de exemplo.
Para relembrar este momento histórico e comemorar a extinção desta lei, todos os anos, desde 2000, a cidade de Pilar recebe uma reconstituição anual das últimas horas de Francisco, encenada sempre no dia 28 de abril.
Isso é Alagoas Museu e Casa da Cultura Arthur Ramos, em Pilar, Alagoas, guarda um rico acervo histórico e cultural
Reprodução/TV Gazeta
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