O Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT) concedeu liberdade provisória à mulher detida pela Polícia Civil (PCDF) após esfaquear e causar hemorragia fatal em um motorista que invadiu o pátio da 26ª Delegacia de Polícia. O caso aconteceu na manhã de sábado (6/7), em Samambaia.
A mulher passou por audiência de custódia na manhã deste domingo (7/7) e responderá ao processo em liberdade.
Segundo a juíza responsável pelo caso, o Ministério Público não solicitou a conversão em prisão preventiva, não podendo, dessa forma, a Justiça agir de ofício. Além disso, conforme a magistrada, “a ré não possui registros criminais anteriores” e não apresenta “risco de reiteração delitiva, ou mesmo outro risco que sua soltura possa acarretar para a ordem pública”.
“Neste momento não resta esclarecido o contexto subjacente à prática do fato, havendo relatos de que a ré vinha sendo ameaçada pela vítima, que compareceu até sua residência no dia, sendo temerário, portanto, decretar sua prisão preventiva. É de se levar em consideração, outrossim, que é mãe de três crianças que residem consigo. Assim, a liberdade, que é a regra, deve prevalecer durante o trâmite da persecução penal”, pontuou a juíza.
Veja momento em que motorista é esfaqueado:
Dessa forma, a magistrada concedeu liberdade provisória a mulher, sem fiança, mas determinou as seguintes medidas cautelares: a ré deve comparecer a todos os atos do processo, está proibida de ausentar-se do Distrito Federal por mais de 30 dias e está proibida de mudar de endereço sem permissão.
Policiais civis da 26ª Delegacia de Polícia (Samambaia) foram surpreendidos, na manhã de sábado (6/7), por um veículo desgovernado que invadiu o pátio da unidade e colidiu contra o carro de um escrivão.
A situação inusitada atraiu a atenção de policiais, que saíram da DP e se depararam com o condutor do automóvel encharcado de sangue. Apesar da tentativa dos servidores em acionar o socorro, o motorista teve o óbito declarado no local.
Segundo o boletim de ocorrência, depois do alvoroço, um casal procurou a mesma delegacia para registrar ocorrência contra o motorista, sem saber que ele estava morto. Ao identificarem o veículo do homem, o casal contou que o falecido teria tentado atropelar um deles e fugido em seguida.
Policiais, então, foram ao local da tal tentativa de atropelamento e encontraram uma câmera de segurança.
De acordo com as imagens, o motorista circulava com velocidade reduzida em frente à casa do casal. De repente, a mulher sai da residência com um facão nas mãos, segue em direção ao veículo e faz movimento como se estivesse esfaqueando o condutor.
Em seguida, o marido da mulher se aproxima, diz algo para o motorista e se afasta. O condutor, então, dá ré em direção ao casal, que revida golpeando o veículo. Pela segunda vez, a mulher se aproxima da janela do carro e torna a fazer movimentos de golpes com a faca. Nesse momento, o carro deixa o local com velocidade reduzida.
Conforme relatado, o interior do veículo estava com muito sangue. Inicialmente, os policiais desconfiaram que o motorista tivesse sido alvejado. Contudo, identificaram que o ferimento fatal foi na mão, feito por uma faca. O homem sangrou até morrer.
Com as imagens, agentes confrontaram a mulher, que confessou ter mentido por ter ficado “assustada e com medo”. Ela disse que o homem era um cliente do bar dela e do marido, e que frequentemente ameaçava os dois.
No dia do ocorrido, segundo relatou, o cliente teria gritado de dentro do carro ameaçando a família da mulher.
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