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Marinha forma primeira turma de mulheres combatentes das Forças Armadas Brasileiras

Para recebê-las, a Marinha teve que se adaptar: criou uma ala exclusivamente feminina, com acesso por reconhecimento facial para garantir a segurança. Primeira turma de mulheres combatentes da Marinha
A primeira turma de mulheres combatentes das Forças Armadas Brasileiras é da Marinha.
Elas estão se preparando para o momento mais aguardado dos últimos quatro meses: a formatura da primeira turma de mulheres no curso de Soldados Fuzileiros Navais.
Mas a adrenalina desse momento começou bem antes. Centro de Instrução em Campo Grande, Zona Oeste do Rio: todas as mulheres vieram de diferentes partes do país e passaram em um concurso público com mais de 7 mil inscritos.
Elas ficaram sem qualquer contato com o mundo lá fora nos dois primeiros meses. Para recebê-las, a Marinha teve que se adaptar: criou uma ala exclusivamente feminina, com acesso por reconhecimento facial para garantir a segurança.
O treinamento para se tornar um fuzileiro naval é pesado, uma rotina intensa de exercícios físicos. Nessa primeira turma, o que os números mostraram é que a desistência entre elas foi menor do que entre os homens. Apenas 5% das mulheres deixaram o treinamento. Entre os homens, a desistência foi de 9%.
“Está sendo um grande orgulho para nós todos a presença das mulheres, vencendo todas essas barreiras e obstáculos. É uma evolução da Marinha, em que a gente está explorando a capacidade que a mulher pode nos dar na força”, diz Vanderli Cordeiro, comandante do Ciampa.
“Nenhuma mulher, nenhuma menina tinha feito antes. Tem aquele medo, mas nos saímos muito bem”, afirma Camila Barbedo, combatente da Marinha do Brasil.
Apesar do treinamento pesado, isso nem é o mais difícil para elas. A Fabiana Damasceno saiu do interior da Bahia pela primeira vez, deixou para trás a família e muita saudade.
“Eu nunca tinha visto meu pai nem minha irmã mais velha chorarem. A despedida foi bem dolorosa”, conta Fabiana Damasceno, combatente da Marinha do Brasil.
Mas se tem uma coisa que ela já aprendeu aos 20 anos de idade é ter resiliência. E isso é muito difícil.
“Nós passamos pela mesma pressão psicológica, passamos pela mesma privação de sono, passamos pela marcha com a mochila tão pesada quanto a deles. Eu não tenho dúvidas, a minha companhia vai chegar até o final e todas nós iremos nos formar”, diz Fabiana Damasceno.
Ouvindo ela falar, alguém tinha dúvidas de que esse dia chegaria? Em cada abraço tem saudade, orgulho e emoção.

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