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Manaus declara situação de emergência por 180 dias devido à seca no Rio Negro

Medida visa atender às necessidades das comunidades ribeirinhas e incluir Manaus na lista de municípios que receberão recursos federais para enfrentar a estiagem. Seca Rio Negro 2024
William Duarte/Rede Amazônica
O prefeito David Almeida assinou na tarde desta quarta-feira (11) um decreto de situação de emergência com validade de 180 dias devido à seca severa que afeta o Rio Negro em Manaus. A medida tem como objetivo implementar ações para atender às necessidades das comunidades ribeirinhas impactadas e inclui a capital na lista de municípios que devem receber recursos do Governo Federal para enfrentar a estiagem que atinge a região.
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Segundo o prefeito, a decisão foi influenciada pela visita do presidente da República a Manaus na terça-feira (10), que trouxe a perspectiva de recursos adicionais para a prefeitura. Esses recursos permitirão um suporte mais eficaz à população necessitada e garantirão um melhor atendimento às demandas geradas pela seca.
“Esse decreto nos ajudará a levar a atenção básica pública para todas as famílias que podem sofrer com a seca. Vamos nos unir e trabalhar ao máximo pra minimizar as consequências desse delicado período”, publicou David Almeida nas redes sociais.
O nível do Rio Negro baixou, nas últimas 24 horas, 26 centímetros, atingindo a cota de 17,21 metros, nesta quarta-feira (11), segundo a Defesa Civil do Amazonas. No ano passado, durante a estiagem, o Rio Negro alcançou o nível mais baixo dos últimos 120 anos.
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Nível do Rio Negro
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De acordo com o monitoramento da Defesa Civil, o Rio Negro começou o mês de setembro medindo 19,73 metros. Desde então, o rio já desceu 2,52 metros em apenas 11 dias. O órgão aponta ainda que o Rio Negro está em estado crítico de vazante.
Veja como foi a descida no nível do Rio Negro em setembro:
⬇️ 1 de setembro: 19,73 metros;
⬇️ 2 de setembro: 19,53 metros;
⬇️ 3 de setembro: 19,26 metros;
⬇️ 4 de setembro: 19,01 metros;
⬇️ 5 de setembro: 18,75 metros;
⬇️ 6 de setembro: 18,49 metros;
⬇️ 7 de setembro: 18,23 metros;
⬇️ 8 de setembro: 17,98 metros;
⬇️ 9 de setembro: 17,73 metros;
⬇️ 10 de setembro: 17,47 metros;
⬇️ 11 de setembro: 17,21 metros.
Apesar do problema, pesquisadores do Serviço Geológico do Brasil (SGB) acreditam que o rio não deve atingir a cota da seca de 2023, que foi de 12,70 metros. A previsão para este ano é de que o nível das águas fique em torno de 14 a 15 metros, o que já é considerado muito baixo.
Mesmo assim, a seca já está mudando o cenário da orla da cidade. Bancos de areia estão surgindo no meio do rio, forçando as embarcações a se afastarem e ficarem cada vez mais longe do local onde costumavam atracar, próximo à via pública.
A situação impacta tanto os visitantes que chegam de barco à capital quanto os trabalhadores, que precisam percorrer longas distâncias a pé.
Situação no interior
Neste ano, Tabatinga, que fica localizada no Alto Solimões, já enfrenta a pior seca da história. Nesta quarta-feira (11), o nível do Rio Solimões chegou a cota negativa de -1,63 metro. O baixo nível da água já afeta agricultores, pescadores e a população que depende do transporte fluvial no município.
Santo Antônio do Içá é outro município da região do Alto Solimões que também atingiu uma cota do rio abaixo de zero. O nível do Rio Solimões, no município, desceu 76 centímetros desde o início do mês e agora contabiliza -0,90 metro.
A situação também é crítica em Coari, o Médio Solimões. Lá, o rio desceu 23 centímetros em apenas 24 horas, atingindo 3,97 metros. Já em Itacoatiara, que fica no Médio Amazonas, chegou a cota de 4,34 metros.
Decreto Emergencial
Atualmente, todos os 62 municípios do Amazonas já se encontram em emergência ambiental. 330 mil pessoas já sofrem com os impactos da estiagem.
Além da seca que gera impactos na população, o Amazonas tem o pior agosto em relação a queimadas dos últimos 26 anos. O fogo criou “ondas de fumaça” que encobriram Manaus e outros municípios amazonenses por dias.
Estiagem afeta 330 mil pessoas no Amazonas

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