O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um discurso durante a 8ª Cúpula de Chefes de Estado e Governo da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), nesta sexta-feira (1º/3). E defendeu ações concretas para cessar as hostilidades na Faixa de Gaza, palco do conflito entre Israel e Hamas.
O chefe do Executivo sugeriu a elaboração de uma moção da Celac pedindo o fim imediato do que chamou de “genocídio” em Gaza.
Além disso, ele apelou ao secretário-geral da ONU, António Guterres — que está presente no evento — e ao governo japonês, que assume a presidência do Conselho de Segurança da organização nesta sexta, para que pautem o tema com urgência.
“A indiferença da comunidade internacional é chocante. Quero aproveitar a presença do secretário-geral da ONU, meu companheiro António Guterres, para propor uma moção da Celac pelo fim imediato desse genocídio. O secretário-geral pode invocar o artigo 99 da Carta da ONU para levar a atenção do Conselho tema que ameaça a paz e a segurança internacional”, afirmou o presidente.
O artigo citado pelo petista prevê que o secretário-geral pode chamar a atenção do Conselho para qualquer assunto que possa ameaçar a “manutenção da paz e da segurança internacionais”.
E falou diretamente ao governo japonês, pedindo urgência no tema. “Peço aos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU que deixem de lados suas diferenças e ponham fim a essa matança”, apelou.
“Eu quero terminar dizendo para vocês que a nossa dignidade e humanidade estão em jogo. Por isso é preciso parar a carnificina em nome da sobrevivência da humanidade, que precisa de muito humanismo”, finalizou.
Após a cúpula da Celac, o presidente se reunirá com representantes da Colômbia, Chile e México para discutir a situação da Faixa de Gaza. Ele também tem um encontro marcado com o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.
Nessa quinta-feira (29/2), o Hamas acusou Israel de matar mais de uma centena de pessoas durante a distribuição de comida na Faixa de Gaza.
O Ministério da Saúde de Gaza informou ainda que 760 pessoas ficaram feridas após soldados israelenses terem disparado contra a população palestina.
“O governo Netanyahu volta a mostrar, por ações e declarações, que a ação militar em Gaza não tem qualquer limite ético ou legal. E cabe à comunidade internacional dar um basta para, somente assim, evitar novas atrocidades. A cada dia de hesitação, mais inocentes morrerão”, diz a nota.
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