O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta quarta-feira (26/6), que o presidente da Argentina, Javier Milei, precisa pedir desculpas ao Brasil e a ele. Os dois presidentes têm trocado farpas desde a eleição no país vizinho. Em dezembro do ano passado, Lula decidiu não comparecer à solenidade de posse do argentino, e optou por enviar apenas o chanceler brasileiro, Mauro Vieira.
Nesta quarta, Lula falava sobre os condenados do 8 de Janeiro que estão foragidos vivendo na Argentina, quando salientou que tem uma parte já condenada. “Se esses caras não quiserem vir, que eles sejam presos lá e fiquem presos na Argentina”, disse Lula em entrevista ao portal Uol. “Nós estamos tratando da forma mais diplomática possível”, completou.
Sobre a relação com Milei, Lula disse: “Eu não conversei com o presidente da Argentina, porque eu acho que ele tem que pedir desculpas ao Brasil e a mim. Ele falou muita bobagem. Eu só quero que ele peça desculpas”.
Em seguida, ele afirmou que a Argentina é um país muito importante para o Brasil e vice-versa. “E não é um presidente da República que vai criar uma cizânia entre o Brasil e a Argentina. O povo argentino e o povo brasileiro são maiores que os presidentes, e eles querem viver bem, querem viver em paz”, finalizou.
Na campanha à Presidência, o argentino chamou o mandatário brasileiro de “corrupto” e “presidiário comunista”.
No início deste mês, a Polícia Federal (PF) realizou operação para cumprir mandados de prisão de centenas de investigados por envolvimento na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes. Os alvos são pessoas foragidas ou que descumpriram medidas cautelares determinadas pelo STF, até mesmo aqueles que romperam tornozeleiras eletrônicas e fugiram para países vizinhos, como a Argentina e Uruguai.
Os condenados recorrem em liberdade, e as penas são superiores a 10 anos de prisão.
No dia 20, o governo da Argentina enviou para o Brasil uma lista com nomes dos brasileiros que cumpriam medidas cautelares por participação nos atos golpistas de 8 de Janeiro e estão foragidos vivendo no país.
Os trâmites para uma eventual extradição para o Brasil dependem de pedido formal pelo Judiciário e são de responsabilidade do Ministério da Justiça e Segurança Pública, chefiado pelo ministro Ricardo Lewandowski. No que diz respeito à cooperação jurídica internacional, o Itamaraty atua de forma auxiliar na tramitação de documentos.
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