Depois das eleições presidenciais na Venezuela, jornalistas estão usando apresentadores produzidos por inteligência artificial para escapar de possíveis repreensões do governo de Nicolás Maduro.
A Operação Retuit foi criada por profissionais da comunicação para trazer informações sobre o cenário político na Venezuela após as eleições. Nos boletins informativos, duas pessoas apresentam os conteúdos: a La Chama e o El Pana. Apesar da aparência bem semelhante a de uma pessoa, os âncoras são personagens criados por inteligência artificial. Veja vídeo:
A inteligência artificial está sendo usada por jornalistas para que possam transmitir as informações que julgam importantes sem sofrer nenhuma perseguição pelo governo local. Os conteúdos apresentados por La Chama e El Pana são apurados pelos meio de comunicações que fazem parte do grupo Venezuela Vota e #LaHoraDeVenezuela.
Nos boletins, os personagens se apresentam explicando que são gerados por inteligência artificial, mas que as informações ali passadas são verdadeiras e verificadas por profissionais.
“A Operação Retuit nasceu como uma estratégia para fugir da censura e da repressão sofrida pelos jornalistas na Venezuela”, diz nota da Connectas, uma organização sem fins lucrativos formada por jornalistas.
Quatro jornalistas detidos durante os protestos após a reeleição de Nicolás Maduro como presidente da Venezuela são acusados de crimes de terrorismo. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Imprensa (SNTP), as autoridades responsáveis pela prisão impediram que os advogados tivessem acesso aos profissionais.
Segundo a denúncia do sindicato venezuelano, o governo está impondo o “uso ilegal e arbitrário das leis antiterrorismo”.
“Denunciamos o uso ilegal e arbitrário das leis antiterrorismo na Venezuela, especialmente contra os jornalistas e repórteres fotográficos e cinematográficos detidos durante os protestos pós-eleitorais no país”, relatou o SNTP em um post nas redes sociais.
Os profissionais presos durante os protestos são os repórteres fotográficos Yousner Alvarado, detido em Barinas, e Deisy Peña, presa em Miranda; o repórter cinematográfico Paúl León, preso em Trujillo; e o jornalista José Gregorio Carnero, detido em Guárico. Todos são acusados de crimes de terrorismo.
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