Em um mês fechado, 600 mil pessoas deixaram de passar pelo saguão; 5,4 mil voos não foram realizados. A água atingiu, principalmente, equipamentos elétricos, eletrônicos e cabos de telefonia e internet. Equipe do JN entra no aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, que só deve reabrir no final do ano
Uma equipe do Jornal Nacional entrou nesta segunda-feira (3) no Aeroporto Internacional Salgado Filho, que só deverá reabrir no final de 2024.
Em um mês fechado, 600 mil pessoas deixaram de passar pelo saguão: 5,4 mil voos não foram realizados. A água tomou conta de tudo e atingiu, principalmente, equipamentos elétricos, eletrônicos e cabos de telefonia e internet. O Aeroporto Internacional Salgado Filho conecta Porto Alegre a 22 cidades brasileiras e a seis destinos internacionais.
“A gente está chegando agora na parte que foi realmente afetada pela enchente, que é o primeiro andar, o andar do desembarque, onde funcionam, algumas lojas também. A água já secou, sobraram algumas poças pelo caminho. Agora mesmo é o trabalho de limpeza e e de recuperar tudo isso”, conta o repórter Philipe Guedes.
“A água também cobriu a área onde é feita a entrega das bagagens, tanto que tem mato, tem lixo, pedaço de pau em cima das esteiras. Muitos equipamentos de um aeroporto são feitos sob encomenda e esse é mais um dos desafios”, conta o repórter.
Quatro mil pessoas trabalham no aeroporto. Os funcionários de algumas lojas já voltaram para fazer a limpeza.
“No pátio das aeronaves, a água já secou e tudo já foi limpo. Mas ainda há alguns pontos de alagamento nas laterais da pista. Segundo a concessionária, só depois que essa água secar totalmente é que eles vão poder fazer os testes de análise do solo e dos sistemas de navegabilidade e de iluminação”, relata o repórter Philipe Guedes.
A concessionária que administra o terminal desde 2018 diz que precisa de apoio do Governo Federal para que o aeroporto volte a operar.
“O caminho crítico é a pista. Aqui pousa uma aeronave com 10 toneladas a cada 10, 15 minutos. O pavimento tem que aguentar isso. O que a gente quer é abrir esse aeroporto o mais rápido possível, precisamos trabalhar juntos e recursos para poder correr rápido”, afirma Andreea Pal, CEO da Fraport Brasil.
Em uma vistoria nesta segunda-feira (3) de manhã, o ministro Paulo Pimenta, que está à frente da Secretaria de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, não descartou a possibilidade de que o governo faça um ajuste no contrato de concessão para pagar parte dos prejuízos, e explicou por que ainda vai demorar quase seis meses para o aeroporto reabrir.
“O trabalho de sondagem deve se estender por quase 45 dias. Equipamentos de sinalização, navegação, e outros equipamentos que foram comprometidos, são equipamentos com prazo de entrega que não serão de menos de quatro meses. A gente poderia imaginar que no Natal e no Ano Novo a gente pode estar com esse aeroporto funcionando novamente”, disse o ministro Paulo Pimenta.
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