Nova York – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou, neste domingo (22/9), que, se eventos climáticos como a tragédia no Rio Grande do Sul começarem a ficar recorrentes no país, poderá ser necessário um orçamento próprio para fazer esse enfrentamento.
“Se esses eventos começarem a ficar recorrentes, você vai ter de ter um orçamento próprio para um enfrentamento que vai ser mais frequente. Então, você vai ter de prever no orçamento uma dotação específica, que, hoje, talvez não se faça necessária, mas que, amanhã, dependendo da evolução da mudança climática, pode se fazer”, afirmou o ministro.
Para combater as queimadas pelo país, o governo Lula liberou, na semana passada, R$ 514 milhões em crédito extraordinário. Dias antes, o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a abertura de créditos extraordinários pelo governo para esse fim. Com isso, as despesas não contam para o cumprimento da meta fiscal, de déficit zero.
Sobre a pressão para os países ricos contribuírem mais, Haddad destacou que isso “é uma necessidade”. “E todos os países mais ricos sabem que vão ter de dar uma contribuição maior do que os países pobres, até porque tem países que estão muito endividados”, explicou.
O Brasil é credor internacional, mas há nações na África com dívidas internacionais e que enfrentam problemas climáticos. “Então, esses instrumentos também têm o objetivo de resolver não apenas a questão ambiental, mas também a questão social”, completou.
Remuneração por serviços ambientais
No primeiro dia em Nova York, nos Estados Unidos, Haddad teve reuniões com investidores e, nesta noite, participou de um jantar do Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável, na região de Upper East Side. Ele apresentou o trabalho do Brasil na Presidência do G20 em 2024 e o que será formatado até a COP30, em Belém (PA), em 2025.
Entre os itens da COP30 está o Tropical Forest Finance Facility (TFFF), que é a remuneração pelos serviços ambientais e que será oficialmente lançado no próximo ano.