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Faz Diferença, do jornal ‘O Globo’, premia personalidades que se destacaram em 2023

A defesa intransigente da democracia fez da ministra Rosa Weber a personalidade do ano. A ministra era a presidente do STF durante os atentados do 8 de janeiro. Faz Diferença, do jornal ‘O Globo’, premia personalidades que se destacaram em 2023
O jornal “O Globo” entregou na quarta-feira (19) o prêmio Faz Diferença a personalidades que se destacaram em 2023.
Não basta ser exemplo. É preciso fazer diferença, inspirar e até mudar a vida de outras pessoas para receber esse prêmio. O Faz Diferença é realizado pelo jornal “O Globo”, com patrocínio da Firjan Sesi.
“O prêmio foi uma ideia genial dos nossos companheiros da redação – já tem 21 anos – de achar essas pessoas nas páginas do jornal ao longo de um ano. Então, eu acho que é uma coisa que nos dá muito orgulho pelo fato de a gente estar revelando essas pessoas e, ao fazer isso, inspirando outras a terem atitudes semelhantes”, afirmou João Roberto Marinho, presidente do Conselho de Administração do Grupo Globo.
O prêmio reconhece quem se destacou em sua área de atuação no ano anterior. Mas a força dos acontecimentos fez o prêmio abrir uma exceção. Foi criada uma homenagem a pessoas que fizeram a diferença em 2024, fora das áreas em que costumam atuar. Estamos falando dos voluntários do Rio Grande do Sul. Eles foram representados pelo engenheiro e professor Maurício Paixão, que ajudou no resgate de centenas de vítimas.
“Eu deixo meu muito obrigado a todos aqueles que participaram, e espero que a reconstrução do nosso estado seja pautada no desenvolvimento sustentável e pautada na ciência também”, disse Maurício Paixão.
Alertar contra os extremos do clima é trabalho diário do Cemaden. Por isso, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais foi premiado na categoria Brasil.
A força da ciência também foi reconhecida na área da saúde, com a premiação do infectologista Esper Kallás. Ele é o atual diretor do Instituto Butantan, pioneiro no mundo na vacina contra a dengue.
“É um reconhecimento para um esforço que começou ainda no final dos anos 1990”, disse Esper Kallás em seu discurso.
A pedagoga Telma Vinha foi escolhida na categoria Educação pelo trabalho de prevenção à violência nas escolas. Também foram premiadas a Oficina Muda, que produz moda com resíduos que seriam descartados por outras grifes, e a ativista Maha Mamo, que luta pelos direitos dos 4 milhões de pessoas sem pátria que existem no mundo.
“Esse prêmio não é só meu, é de cada refugiado, apátrida, imigrante em situação de vulnerabilidade”, afirmou Maha Mamo.
A voz de Paolla Oliveira se levantou contra a imposição de padrões de beleza. A vencedora na categoria Ela tem voz para novos desafios.
“Em tempos políticos onde a maioria dos homens, muito confortáveis, continuam deliberando sobre os nossos corpos, sobre os nossos úteros muitas vezes. Aliás, úteros que só incomodam um pouco menos que nossos cérebros”, disse a atriz Paolla Oliveira.
A premiada na música completou 50 anos de carreira. O Brasil é que agradece a Alcione. A cultura na voz e na palavra escrita. A Academia Brasileira de Letras foi reconhecida pela defesa da liberdade de expressão. O presidente da ABL, Merval Pereira, recebeu o prêmio.
“A ABL tem a responsabilidade de estar atenta ao seu tempo e caminhar junto com a sociedade pela evolução cultural do país”, afirmou.
No esporte, o escolhido foi Fernando Diniz, que levou o Fluminense ao título da Libertadores. E na categoria Diversidade, o vencedor também está nos gramados: Vinícius Júnior, que com seus gestos e palavras inspirou a luta antirracista no mundo inteiro.
Um torcedor do Vasco aprendeu desde cedo a fazer a diferença. Guilherme Moura virou um símbolo da luta contra a epidermólise bolhosa, uma rara condição genética que exige cuidados constantes.
Nos prêmios para o audiovisual, Rosane Svartman ganhou na categoria TV. Ela foi a autora da novela “Vai na Fé”. Da ficção para a realidade escancarada do jogo do bicho retratado no premiado documentário “Vale o Escrito”. Pedro Bial levou a equipe para o palco.
Na economia, o prêmio foi para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
“O que foi enaltecido aqui não teria sido possível sem o apoio dos Poderes da República. O Congresso ajudou muito o Brasil, o Judiciário tem feito o seu trabalho. Eu acredito piamente que se os poderes democráticos se organizarem, nós poderemos oferecer mais e melhor para esse país que tem tantas oportunidades pela frente”, discursou.
A defesa intransigente da democracia fez da ministra Rosa Weber a personalidade do ano. Ela era a presidente do STF durante os atentados do 8 de janeiro. A ministra mandou uma mensagem de Porto Alegre, onde faz questão de permanecer enquanto durarem as enchentes.
“O 8 de janeiro de 2023, o dia da infâmia, como eu o nomino, ficou e ficará indelevelmente marcado na história política institucional brasileira pela tentativa frustrada de subversão do regime democrático que esbarrou na força, na resistência e na união das instituições da sociedade civil e na pronta resposta dada na defesa dos valores que informam o Estado Democrático de Direito”, disse a ex-ministra do STF.

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