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Famílias se emocionam após descobrirem troca de bebês em hospital 3 anos depois do nascimento: ‘Choque muito grande’

Casais fizeram exames que comprovaram que as crianças com quem convivem não são seus filhos. A Polícia Civil investiga o caso. Meninos foram trocados após o nascimento em hospital de Inhumas, Goiás, denunciam pais
Reprodução/Arquivo Pessoal
Duas famílias se emocionaram após descobrirem a troca de bebês no Hospital da Mulher, em Inhumas, Região Metropolitana de Goiânia, 3 anos depois do nascimento deles. Os casais fizeram os exames que comprovaram que as crianças com quem convivem não são seus filhos.
“É um choque muito grande. Não tenho estrutura psicológica para isso. Somos uma família só. A gente só quer paz. Nesse momento de tanta tristeza e dor que estamos vivendo, o que a gente quer é uma solução”, disse Cláudio.
Em nota, a administração do Hospital da Mulher informou que está oferecendo todas as informações e documentos necessários para investigação e que tem todo interesse em esclarecer os fatos (confira a nota na íntegra ao final da matéria). A Polícia Civil investiga o caso.
Os bebês nasceram no dia 15 de outubro de 2021, sendo um às 7h35 e o outro às 7h49, de acordo com as famílias. Os partos foram realizados por equipes médicas diferentes.
Os pais afirmam que não puderam acompanhar o nascimento dos filhos por conta de restrições no período da pandemia de Covid-19.
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Gilmara Roberto
Decoberta
Tudo começou após um dos casais se separar, pois Cláudio Alves solicitou um exame de DNA para comprovar a paternidade do filho. A ex-mulher, Yasmin Kessia da Silva, de 22 anos, também quis fazer o exame. “Se ele não fosse filho do Cláudio, também não era meu”, disse.
O exame foi realizado no dia 31 de outubro de 2024 e o laboratório pediu uma contraprova.Yasmin se lembrou da família que estava no mesmo dia do nascimento do filho e conseguiu contato com eles por meio de um pastor. Após ela entrar em contato e contar o que houve, Isamara Cristina Mendanha, de 26 anos, e Guilherme Luiz de Souza, 27 anos, também fizeram o exame de DNA com o filho, que apresentou incompatível.
“Eles disseram que o sangue do meu filho não era compatível com o meu. Eu pensei que era um erro. Mas veio a contraprova”, disse Yasmin.
As famílias ainda não têm a prova de que o filho biológico de Yasmin está com a família de Isamara. Ao g1, Cláudio afirmou que não fizeram a comprovação da paternidade dos pais biológicos porque precisa de autorização judicial.
Investigação
O delegado da Polícia Civil Miguel Mota informou que não vai se manifestar sobre o caso, pois está sob sigilo.
Em nota, a Polícia Civil informou que “os envolvidos já foram ouvidos e o inquérito policial prossegue com diligências em andamento para esclarecer a dinâmica do fato e sua autoria” (confira a nota da Polícia Civil ao final da matéria).
As famílias disseram que as mães não tiveram nenhum acompanhamento durante o parto. Elas só se lembram de ver os filhos no quarto, depois que passou o efeito da anestesia. Nenhuma delas se lembra se havia pulseiras de identificação nas crianças.
“Eu acordei e o bebê já estava do meu lado, minha mãe estava dentro do quarto. Eu me lembro de relances”, narrou Yasmin Késsia da Silva. Ela disse que passou mal durante o parto e não se lembra do que aconteceu na sala de recuperação.
Já Isamara disse que chegou ao quarto antes do bebê, que foi levado até ela logo em seguida. “Eu levei a primeira roupinha do meu primeiro filho para colocar no segundo. E para mim, veio tudo certo [a roupinha do bebê]”, contou.
O marido de Isamara afirmou que sente que faltou cuidado e respeito com as famílias por parte do hospital, que recebeu a confiança deles.
“É um pesadelo. Eu acho que ninguém deveria passar por isso. Esse é um erro que os profissionais da saúde jamais deveriam cometer”, afirmou Guilherme.
Nota na íntegra do Hospital da Mulher
“No momento o hospital não irá se pronunciar até que as investigações sejam concluídas. Como o caso está sob investigação policial e tramita em sigilo por envolver menores de idade, o hospital está legalmente impedido de fornecer informações acerca do caso à imprensa, em obediência à Lei Geral de Proteção de Dados.”
Nota na íntegra da PC-GO
“A Polícia Civil de Goiás informa que a Delegacia de Inhumas – 16ª DRP investiga possível crime previsto no artigo 229 do Estatuto da Criança e do Adolescente (deixar o médico de identificar corretamente o neonato e a parturiente por ocasião do parto), em que dois bebês teriam sido trocados no hospital da cidade. O fato foi descoberto após um dos casais envolvidos resolver se separar, tendo feito exames de DNA que comprovaram que o filho não era biologicamente compatível com nenhum dos dois. Os envolvidos já foram ouvidos e o inquérito policial prossegue com diligências em andamento para esclarecer a dinâmica do fato e sua autoria.”
Três anos após troca de bebês em maternidade, saiba como vivem as duas famílias envolvidas
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