A família de Elisabeth de Oliveira Teixeira, morta em um acidente no eixinho, em outubro do ano passado, abriu um processo contra a servidora do governo federal que, em uso do veículo oficial do Ministério da Justiça, colidiu com o carro. O automóvel de um motorista de aplicativo onde estava a vítima derrapou e caiu da tesourinha, uma altura de seis metros.
O Metrópoles teve acesso ao atestado de óbito de Elisabeth. O laudo reforça que a vítima teve múltiplas fraturas decorrentes do acidente.
“Paciente vítima de trauma automobilístico, com múltiplas fraturas de arcos costais, com tórax instável, com trauma hepático e lesão renal aguda. Apresentando durante a evolução do quadro piora progressiva da função renal”, destaca documento médico.
A família também processa a União, já que, na época diretora da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), Cíntia Rangel Assumpção, usava o veículo oficial. A diretora do governo federal informou à polícia que teria percebido o acidente após escutar um barulho e, só então, viu que o veículo foi parar debaixo do viaduto da 102 Norte.
A ocorrência policial destacou que foi feito o bafômetro e constatado que a servidora não havia ingerido álcool naquele dia.
Veja imagens do acidente:
O caso ocorreu no ano passado, mas os familiares só entraram com o processo em julho deste ano. Eles alegam que esperaram o resultado do inquérito policial para anexar na petição. No entanto, há quase uma ano do acidente, a investigação ainda não foi concluída.
O processo aponta, ainda, suposta interferência de servidores da secretaria nacional e da Polícia Civil do Distrito Federal no dia do acidente. “Inúmeros agentes da Senappen e PCDF se dirigiam ao hospital, no intuito de saber o que estava acontecendo, até mesmo constrangendo os funcionários do hospital, que chamaram os requerentes com a intenção de mudar a situação, porque estava inviável”.
A família anexou inclusive uma mensagem de um servidor, que se identifica como sendo do Senappen, perguntando o estado de saúde da vítima. A família pede para ele ajudar com um leito de UTI na rede pública, e ele informa que vai verificar sobre a regulação de leitos no hospital. Elisabeth morreu quatro dias depois do acidente.
Elisabeth de Oliveira Teixeira era moradora de Valparaíso de Goiás – Entorno do Distrito Federal – e deixou cinco filhos. No carro, também estava uma das filhas da vítima: Júlia Teixeira de Souza, 29. Ela passou por cirurgia, retirou o baço e quebrou a bacia. Ela recebeu alta no mesmo dia que a mãe morreu.
No dia do acidente, Júlia enviou um áudio à família, contando sobre a tragédia. “Sofri um acidente dentro do carro com a minha mãe. Estamos a 102 Norte”. Ouça:
Em seguida, Júlia conseguiu mandar mensagem da localização para os irmãos. O condutor do carro também foi socorrido, mas só apresentou ferimentos leves. A servidora não teve fratura.
Em janeiro, o motorista de aplicativo Douglas da Silva, 27, também abriu processo contra servidora do governo federal. Ele chegou a receber uma quantia mensal de R$ 2,5 mil até dezembro da servidora. O motorista explicou que, sem o carro para trabalhar, perdeu a renda. “Minha esposa está grávida, estou desesperado e sem dinheiro”, contou.
No processo, o homem pede uma indenização de R$ 52 mil, valor do orçamento para o conserto do veículo. O processo é público e consta que um oficial de justiça procurou Cintia por três vezes, mas não ela não foi localizada.
Na época, a Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen) informou em nota que os servidores que dirigem carros oficiais têm prerrogativa de uso do veículo em tempo integral de acordo com normativos internos e autorizações dos órgãos que regulamentam os temas. A pasta ainda lamentou a morte de Elisabeth Oliveira. “Entendemos a gravidade deste incidente e estamos comprometidos em cooperar plenamente com as autoridades para garantir a real apuração dos fatos. Além disso, estamos em contato com a família da vítima, oferecendo apoio e solidariedade neste momento difícil”.
O Metrópoles entrou em contato com a servidora e não teve resposta até a última atualização deste texto. A reportagem também acionou o Senappen e Advocacia-Geral da União (AGU), que não responderam.
Também foi questionada a Polícia Civil do Distrito Federal sobre a espera de quase um ano da família para finalizar o inquérito. A PCDF informou apenas que enviou o questionamento à delegacia.
O espaço segue aberto para possíveis manifestações das pessoas e instituições citadas no texto.
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