Oftalmologistas da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, encontraram uma ligação entre o uso dos medicamentos Ozempic e Wegovy, da Novo Nordisk, e o aumento do risco de desenvolvimento de uma doença ocular rara que pode levar à cegueira.
A descoberta dos pesquisadores da Universidade de Harvard foi divulgada nessa quarta-feira (3/7), na revista Jama Ophthalmology.
A neuropatia óptica isquêmica anterior não arterítica (NOIA-NA, na sigla em inglês) não está listada na bula dos medicamentos como um dos possíveis efeitos colaterais. A condição é rara (com 10 casos para cada 100 mil pessoas) e ocorre quando o fluxo sanguíneo para o nervo óptico é interrompido. Como resultado, ela afeta a conexão entre o olho e o cérebro, podendo resultar na perda de visão.
O Ozempic e Wegovy utilizam a semaglutida como princípio-ativo. Os medicamentos são destinados ao controle da diabetes tipo 2 e tratamento do sobrepeso e obesidade.
O estudo observacional foi proposto depois que médicos do Mass Eye and Ear, hospital de Harvard, atenderam três pacientes com perda de visão devido à NOIA-NA na mesma semana. Todos tinham um ponto em comum: faziam tratamento com semaglutida.
Para investigar uma possível ligação, os pesquisadores analisaram os dados de saúde de 710 adultos diagnosticados com diabetes tipo 2. Entre eles, 194 faziam o tratamento com o Ozempic, e os outros 516 usavam medicamentos de classes farmacológicas diferentes.
Ao longo de três anos, 8,9% das pessoas que usavam Ozempic desenvolveram NOIA-NA. Entre os indivíduos do outro grupo, a taxa de recorrência da condição foi de 1,8% dos pacientes que utilizavam outros medicamentos.
O Ozempic foi aprovado para o tratamento de diabetes tipo 2 em janeiro de 2019 no Brasil
O mesmo modelo foi reproduzido entre as pessoas com obesidade. Foram selecionados 919 pacientes – 361 usuários de Wegovy e 618 de outros medicamentos para a perda de peso.
No mesmo período de três anos, a taxa de novos diagnósticos de NOIA-NA foi de 6,7% para aqueles que utilizavam o Wegovy contra 0,8% entre os demais.
Ao todo, foram registrados 37 casos da NOIA-NA entre os 555 usuários de semaglutida, contra nove casos entre os 1.134 pacientes que usavam outros remédios.
“O uso desses medicamentos explodiu em todos os países industrializados e proporcionaram benefícios muito significativos em muitos aspectos, mas discussões futuras entre um paciente e seu médico devem incluir a NOIA-NA como um risco em potencial”, afirma o professor Joseph Rizzo, em comunicado.
Os pesquisadores afirmam que as informações devem ser levadas em consideração por médicos e pacientes. No entanto, eles reconhecem que mais pesquisas precisam ser feitas, uma vez que o estudo é observacional e não estabelece uma relação de causa e efeito.
“Nossas descobertas devem ser vistas como significativas, mas provisórias, pois são necessários estudos futuros para examinar essas questões em uma população muito maior e mais diversificada”, considera Rizzo.
O Metrópoles entrou em contato com a Novo Nordisk, mas não teve resposta até a publicação desta reportagem.
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