O estanozolol, também conhecido como stano ou pelo antigo nome comercial, Winstrol, é um anabolizante utilizado por pessoas interessadas em definir a massa muscular e queimar gordura. Ele é um dos mais danosos ao corpo, afetando o equilíbrio do colesterol, o funcionamento do sistema circulatório e a capacidade reprodutiva.
“O estanozolol pode levar à hipertrofia do coração, que é o aumento da musculatura do órgão. Isso sobrecarrega o funcionamento, e pode resultar em infarto. Além disso, o consumo também implica risco trombótico, pois facilita a formação de coágulos de sangue”, alerta o endocrinologista Paulo Augusto Miranda, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).
O estanozolol foi desenvolvido para tratar insuficiências venosas, permitindo que o corpo desenvolva uma maior capilaridade circulatória, o que, colateralmente, estimula o crescimento de músculos. O uso em altas doses, durante frequências prolongadas e/ou combinado com outros anabolizantes, causa risco de vida, aumentando a possibilidade de infarto e AVC.
Além disso, o estanozolol pode sobrecarregar o fígado.
O estanozolol é um hormônio sintético derivado da testosterona que pode ser administrado oralmente ou em versões injetáveis. A testosterona possui dois efeitos no organismo: o crescimento muscular e os efeitos masculinizantes (queda de cabelo, acne e crescimento da próstata, por exemplo).
“Os anabolizantes que prometem os maiores efeitos anabólicos, os grandes crescimentos musculares, serão os que apresentarão os efeitos colaterais mais graves. O estanozolol leva a um grande crescimento de massa, mas seus efeitos à saúde são muito graves”, aponta o personal trainer Leandro Twin, consultor da rede de academias Bluefit e um dos maiores influenciadores do Brasil sobre ganho de massa muscular.
O estanozolol foi criado em 1962, período no qual a maioria dos esteroides foram desenvolvidos. A substância começou a ser comercializada meses antes da Food and Drug Administration (FDA) exigir testes clínicos em humanos sobre eficácia e segurança de medicações. Em 1984, o hormônio sintético foi retirado do mercado após vários casos de fisiculturistas com complicações sérias à saúde.
Em 2003, o estanozolol voltou ao mercado para tratar o angioedema adquirido, uma reação alérgica que afeta o tecido abaixo da pele. Em 2010, deixou novamente de ser produzido em larga escala nos Estados Unidos. No Brasil, o uso da substância em humanos nunca foi autorizado e há indicação apenas para uso veterinário.
Os esteroides são uma categoria de substâncias artificiais que agem de forma semelhante à testosterona no organismo, sendo usados para ganho de massa muscular
Nenhum medicamento à base de estanozolol é aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Desde 2023, o Conselho Federal de Medicina (CFM) proíbe a prescrição de hormônios anabolizantes para fins estéticos.
O uso desse hormônio dentro de práticas clínicas é feito apenas em fórmulas manipuladas para tratamento de pessoas vítimas de queimaduras graves ou de angioedema adquirido. No entanto, atualmente, já há medicamentos mais eficazes para os dois casos.
O estanozolol age estimulando a síntese proteica, acelerando a recuperação das fibras musculares. Com isso, ele aumenta a disponibilidade de proteínas para recuperar os músculos das microlesões necessárias ao processo de hipertrofia.
Esse hormônio também muda a forma de processamento da gordura no organismo, estimulando a eliminação de placas de tecido adiposo.
Ao contrário de muitos anabolizantes que induzem o organismo a acumular líquidos, o que dá um aspecto inchado aos músculos, o estanozolol tem efeito diurético, levando à redução de medidas. Por isso, fisiculturistas costumam usá-lo em períodos de competições.
O uso estético do estanozolol implica risco de vida. A substância baixa o HDL (a gordura boa que limpa as artérias) e aumenta o LDL, efeito que aumenta a possibilidade de infartos e de doenças cardíacas.
“A substância altera de maneira significativa o perfil do colesterol, aumentando muito o LDL. Também provoca elevação da pressão arterial e enrijecimento da musculatura cardíaca”, alerta o endocrinologista Paulo Augusto Miranda.
O anabolizante também afeta as articulações. “Ele aumenta muito o risco de lesões e de tendinite, ainda mais em atletas de fisiculturismo que se exercitam com elevadas cargas de peso”, acrescenta o endocrinologista Clayton Macedo, representante da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia de São Paulo (SBEM-SP).
O endocrinologista Paulo Augusto Miranda destaca a falsa sensação de segurança que os “protocolos” disponíveis nas redes despertam nos usuários de anabolizantes. “Os esteroides anabolizantes sempre são um risco à vida dos usuários, porque em busca de uma melhora do desempenho atlético, as pessoas ficam submetidas a efeitos colaterais imprevisíveis”, afirma.
Além disso, usuários que aplicam a versão injetável, que é produzida para animais, podem apresentar contratura e rigidez nos músculos. “A aplicação é dolorida e, muitas vezes, provoca empedramentos. Também é comum que os usuários formem abcessos devido às inflamações”, acrescenta Leandro Twin.
O anabolizante também é prejudicial para o sistema reprodutivo. Em mulheres, ele altera o ciclo menstrual e diminui a quantidade de óvulos disponíveis. Em homens, o estoque de espermatozoides diminui.
Por afetar a regulação hormonal tanto em homens como em mulheres, o estanozolol também leva à queda de cabelos e ao crescimento de pelos.
Quanto maior a dose e o período de ingestão do anabolizante, maiores seus riscos à saúde
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