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Entenda a relação entre as fortes chuvas e tremores de terra no RS

O Rio Grande do Sul está enfrentando uma crise ambiental agravada pelas fortes chuvas e enchentes que assolam o estado desde abril. A intensificação desses fenômenos tem causado preocupações crescentes entre moradores e autoridades, especialmente após a ocorrência de tremores de terra e deslizamentos em várias regiões.

Segundo a geógrafa Nina Simone Vilaverde Moura, professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o estado enfrenta uma combinação de fatores naturais e antrópicos que aumentam o risco de deslizamentos e possivelmente de tremores de terra.

Veja imagens da tragédia no Sul:


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A especialista explica que, embora deslizamentos sejam previsíveis devido à saturação do solo e à topografia da região, a relação entre as chuvas e os tremores de terra ainda precisa ser investigada com mais profundidade.

Na madrugada da última segunda-feira (13/5), moradores de Caxias do Sul sentiram tremores de terra, com magnitude entre 2.2 e 2.4, registrados também em Pinto Bandeira, Bento Gonçalves e Veranópolis.

Esses eventos aumentaram a preocupação de que o excesso de umidade no solo possa estar desencadeando movimentações tectónicas, embora isso seja raro. Moura destaca que “existe ali um sistema de falhamento já conhecido” na região, o que pode estar contribuindo para esses sismos. Por tanto, não é possível cravar se as tempestades e as enchentes estão fazendo a terra tremer na região.

Deslizamentos

Além dos tremores, a Serra Gaúcha, especialmente em Gramado, sofreu com desllizamentos causados pela infiltração de água nas encostas, resultando no desabamento de uma rua e na evacuação de moradores devido aos riscos de segurança.

Moura alerta que deslizamentos são um risco constante em áreas de alta declividade, onde a combinação de solo saturado e intervenções humanas inadequadas, como desmatamentos e construções sem infraestrutura adequada, aumenta significativamente a vulnerabilidade.

“As intervenções antrópicas nestes terrenos, tais como, desmatamentos, cortes, aterros, alterações nas drenagens, lançamento de lixo e construção de moradias, efetuadas, na sua maioria, sem implantação de infraestrutura adequada, aumentam os perigos de instabilização”, diz Nina.

Os desastres naturais no Brasil, como inundações e deslizamentos de terra, são frequentemente exacerbados pela urbanização desordenada e pela degradação ambiental. No Rio Grande do Sul, a ocupação de áreas inadequadas, como planícies de inundação e encostas íngremes, amplifica os impactos das chuvas intensas, levando a perdas humanas e econômicas severas.

“Tanto cidades quanto áreas rurais precisam de um novo modelo de planejamento que vise mais o bem-estar e menos o lucro frente às mudanças climáticas em curso no nosso estado e em diferentes partes do mundo”, conclui a especialista.

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