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Empresas de ônibus investigadas por lavagem de dinheiro participaram das licitações municipais com dinheiro do crime organizado, diz MP

O Ministério Público afirma que o dinheiro veio do tráfico de drogas e de outros crimes praticados por integrantes do PCC. As empresas de ônibus envolvidas com crime organizado em São Paulo só conseguiram ganhar contratos com a Prefeitura porque usaram dinheiro do PCC: é o que diz a investigação do Ministério Público.
A empresa, dona de 1,1 mil veículos, que transporta mais de 600 mil passageiros por dia, já foi bem menor. Até 2014, a Transwolff valia R$ 1 milhão. Luiz Carlos Pacheco, preso nesta semana por suspeita de envolvimento com o PCC, aparecia como sócio principal, com participação de R$ 900 mil. Menos de um ano depois, em setembro de 2015, uma empresa chamada MJS Participações injetou, de uma vez só, R$ 54 milhões na Transwolff.
A investigação descobriu que o principal acionista da MJS era o próprio Luiz Carlos Pacheco, mas, segundo os promotores, o empresário, que tinha todo esse dinheiro, não conseguia nem pagar despesas básicas como mensalidade escolar, condomínio e dívidas financeiras. Mais um indício, segundo a investigação, de que os recursos não eram dele.
O Ministério Público afirma que todo esse dinheiro veio do tráfico de drogas e de outros crimes praticados por integrantes do PCC. Segundo o MP, os R$ 54 milhões serviram para que a Transwolff pudesse demonstrar capacidade financeira para participar da licitação do transporte público de São Paulo.
Empresas de ônibus envolvidas com crime organizado em São Paulo só conseguiram ganhar contratos com a Prefeitura porque usaram dinheiro do PCC
JN
O esquema criado pela Transwolff também chegou a prefeituras do Vale do Ribeira, no sul do estado de São Paulo. Os promotores afirmam que, em 2017, as prefeituras de Iguape e Cananéia contrataram empresas de que estavam em nome de laranjas da Transwolff.
“É muito fácil você poder dissimular a entrada do dinheiro sujo dizendo que esse dinheiro vinha da arrecadação das catracas na época dos ônibus. E além disso também, a prefeitura paga uma subvenção muito alta por essa concessão às empresas de ônibus”, diz Lincoln Gakiya, promotor do MP-SP.
A Prefeitura de São Paulo fica bem em frente ao prédio onde a MJS Participações está registrada. O Jornal Nacional foi até lá para conversar com os funcionários, mas nem os mais antigos ouviram falar da empresa. O nome da MJS não aparece no cadastro do edifício.
Funcionário: MJS? Olha, com esse nome eu não conheço.
Repórter:Você está aqui faz tempo?
Funcionário: Já, há 14 anos que estou aqui. Vou até dar uma conferida nos nomes. Aqui está a relação de empresas, tá vendo? MJS… Com esse nome assim não tem nenhuma não.
Repórter: Nem nunca teve?
Funcionário: Nunca teve.
A evolução do capital social da outra empresa investigada por envolvimento com o PCC, a UPBus, também chamou a atenção do Ministério Público. Segundo os promotores, em janeiro de 2015, o capital da empresa era de R$ 1 milhão. Nove meses depois, saltou para mais de R$ 20 milhões.
O controlador geral do município de São Paulo, Daniel Falcão, diz que os fatos revelados pela investigação surpreenderam a Prefeitura, já que as empresas cumpriram as exigências da licitação:
“O que todos vimos até hoje foram atendidas. Agora, com as informações que nós vamos receber do MP para nós fazermos nossa investigação, que nós vamos ver se houve problema dentro da prefeitura a respeito disso”.
A superintendente da Receita Federal do estado de SP Márcia Meng afirma que esquemas como esse têm consequências graves:
“Empresas honestas e idôneas não conseguem concorrer de maneira leal com essas empresas e também prejudica o poder público, porque acaba falseando as análises do poder público para na hora de selecionar qual é o parceiro que ela vai contratar dentro de uma licitação. Eu acho extremamente danoso à sociedade”.
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