Em depoimento, ele contou que o adolescente de 13 anos foi ‘vítima de humilhação, violência psicológica, bravura policial e comportamento racial’ e está abalado psicologicamente. PMs apontam armas para filhos de diplomatas estrangeiros negros durante abordagem no Rio
O embaixador do Gabão disse, em depoimento à polícia, que filho foi o “adolescente mais maltratado” durante a abordagem de PMs a jovens negros em Ipanema, na Zona Sul do Rio. A revista aconteceu na noite do dia 3 de julho e é investigada pela Corregedoria da PM e pela Polícia Civil.
O depoimento aconteceu no domingo (7). No relato, o pai diz que o filho, que tem 13 anos, foi “vítima de humilhação, violência psicológica, bravura policial e comportamento racial” e que desde o episódio “está abalado psicologicamente”.
O pai citou ainda que os adolescentes teriam visto os policiais na Praia de Ipanema antes da abordagem e que eles estavam com armas para fora da janela da viatura. O comportamento teria chamado a atenção dos jovens, que nunca viram em Brasília policiais circulando dessa forma.
Sete pessoas prestaram depoimento sobre o caso até o momento. Os dois policiais envolvidos na ocorrência são esperados na delegacia para serem ouvidos na tarde desta quinta (11). Às 14h40, três policiais da Corregedoria da PM chegaram à Delegacia de Atendimento ao Turista (Deat), no Leblon.
Policiais da Corregedoria da PM chegam à Deat
Thaís Espírito Santo/g1 Rio
Dois adolescentes prestaram depoimento, nesta manhã, acompanhados de psicólogos da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (Dcav). À polícia, eles disseram que não foram xingados, mas sim revistados com muita truculência.
Na segunda (8), a delegada Danielle Bullus enviou um ofício à Polícia Militar requisitando as imagens corporais dos dois PMs. A solicitação, no entanto, ainda não foi atendida.
“Vamos analisar as imagens das câmeras corporais dos policiais. Por isso, solicitamos as imagens para a Polícia Militar”, disse a delegada.
Castro fala em pré-julgamento dos policiais
Na tarde desta quarta-feira (10), o governador do Rio, Cláudio Castro, afirmou que houve um julgamento precipitado das autoridades federais sobre a abordagem.
O caso é investigado pela Corregedoria da PM, que avalia a conduta dos agentes, e pela Polícia Civil, que apura se houve racismo.
Pela manhã, o Itamaraty afirmou que enviou um ofício ao Governo do Estado sobre o assunto.
“Ele [o Itamaraty] enviou depois. Mas quando eles querem, eles ligam. Enviar um ofício posterior não quer dizer nada depois de ter avacalhado a polícia. Totalmente dispensável o ofício deles”, disse Castro.
O g1 procurou o Itamaraty, que informou que não vai comentar a declaração de Castro.
O governador afirmou que não vai “crucificar” os policiais envolvidos no caso, e que uma investigação apontará o que ocorreu.
“Eu vou cobrar uma investigação séria e isenta. Se for constatado que exageraram vão ser punidos dentro do que é previsto neste tipo de erro.”
Castro afirmou que o contato com o Ministério das Relações Exteriores poderia ter sido diretamente, por meio de um telefonema.
“Todos têm meu telefone. Aconteceu e, antes de dar a declaração, liga. Essa é a postura. Depois de achincalharem a polícia, mandaram ofício. Perderam tempo em mandar ofício”, completou o governador.
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Relembre a abordagem
PMs abordam jovens filhos de diplomatas no Leblon
Reprodução
No último dia 3, 2 PMs abordaram 4 jovens, filhos de representantes do Canadá, Gabão e Burkina Faso, na Rua Prudente de Moraes. Imagens de câmeras de segurança registraram o momento em que os policiais apontam armas para os adolescentes negros, acompanhados de 2 garotos brancos, brasileiros (veja acima).
Os diplomatas consideraram a ação truculenta. O embaixador do Gabão no Brasil, Jacques Michel Moudouté-Bell, apontou racismo na abordagem. Ele, pessoalmente, reclamou ao Itamaraty.
Por conta disso, o governo federal exigiu que o Rio de Janeiro fizesse uma apuração rigorosa e responsabilizasse adequadamente os policiais. Castro, porém, afirmou não ter sido procurado formalmente por algum representante do Itamaraty.
“Eles não entraram em contato. Preferiram botar nota pública antes de saber o que aconteceu. Isso é uma coisa que a gente tem que tomar cuidado. Atacar a polícia sem de saber o que aconteceu é muito fácil. Espero que, por parte do Itamaraty e do Ministério [das Relações Exteriores], eles tenham mais respeito e mais consideração pela Polícia Militar. Quando os filhos deles estão aqui, quem vai defender é a polícia. Atacar a polícia sem ao menos ligar antes para dialogar?”, declarou o governador.
“A gente tem que tirar a política disso e começar a entender que aqui se faz segurança pública. A polícia está aqui para defender o cidadão. Se ela errar, ela será corrigida, dentro do erro. A gente não vai crucificar um policial que está lá fazendo o seu trabalho. Eu espero que o Ministério e o Itamaraty tenham mais zelo antes de sair fazendo crítica pública à polícia”, emendou.
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