De volta às ruas, Datena chama de bandido quem torceu por sua morte

São Paulo — O candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, José Luiz Datena, voltou às ruas nesta quarta-feira (4/9) depois de cancelar agendas de campanha e passar a terça-feira (3/9) realizando exames no Hospital Sírio-Libanês. O tucano chamou de bandido quem torceu pela sua morte e disse, mais uma vez, que segue na disputa.

“Queria avisar essa gente que torceu para eu morrer ontem que estou aqui vivo e vou até o fim das eleições. Quero que se exploda, ele, esse candidato que já foi bandido, condenado como bandido. Só não foi preso porque tinha menos de 21 anos de idade, fugiu do Brasil e a pena foi comutada pela metade. Então, ao PCC Marçal e asseclas dele, fica a posição clara”, afirmou

A declaração de Datena foi dada durante visita ao bairro de Piraporinha, na região do M’Boi Mirim, na zona sul de São Paulo. “Não foi só ele, não, quem torceu para eu morrer. Tem um monte de bandido de crime organizado torcendo para eu morrer”, disse.

Enquanto Datena realizava exames no Sírio-Libanês, o ex-presidente municipal do PSDB, Fernando Alfredo, expulso da partido por criticar a candidatura do apresentador de TV, também se manifestou.

“Estou aqui para contar as notícias das próximas horas. Aguardem, daqui a pouco, no mais tardar amanhã ou nos próximos dias, ainda nesta semana, o ‘Dapena’ desistindo da candidatura. Aquilo que cantei meses atrás, e que me expulsaram do partido, por conta dessa ‘Salomé’. Ele vai desistir e usar como argumentação que é por recomendação médica”, disse Fernando Alfredo.

Negociações

Durante a caminhada na zona sul em um bairro com forte influência do atual presidente da Câmara, Milton Leite (União), Datena foi questionado se negociará com ele, caso seja eleito.

Leite não é candidato à reeleição, mas mesmo assim deve continuar a exercer seu poder no Legislativo municipal. Mensagens mostraram ligação do político com suspeitos de elo com o Primeiro Comando da Capital (PCC). O vereador sempre negou ter relações com a organização criminosa.

“Não pretendo negociar. Comigo, não tem negócio. Realmente, eu negocio com pessoa decente, honesta e trabalhadora”, disse, em um primeiro momento. Depois, disse que não tem como provar que Milton Leite represente bandido. “Até agora, não vi uma prova correta, nem concreta. Mas, a partir do momento em que ele, ou qualquer outra pessoa, esteja relacionada ao crime organizado, comigo não tem negócio. Não negocio com bandido”, afirmou.