Pelo trabalho, Nara Regina ganhou o prêmio “Mulheres das Águas”. Desde 2016, sua agroindústria de pescado atende escolas do governo com o alimento. Nara Regina é psicultora e ganhou o prêmio ‘Mulheres das Águas’ na categoria “pesca industrial e indústria do pescado”
Emily Costa/g1 RO
Nara Regina fez do seu trabalho um marco: fundou no quintal de casa o primeiro frigorífico de peixes de Porto Velho. Como reconhecimento pelo desempenho, a piscicultora ribeirinha ganhou o prêmio “Mulheres das Águas” na categoria “pesca industrial e indústria do pescado”.
🔎🎣 A primeira edição do evento realizado pelo Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) homenageou mulheres que se destacam em trabalhos, ações e pesquisas nas áreas de pesca e agricultura. A cerimônia aconteceu no Distrito Federal, em Brasília.
Desde 2016, o frigorífico criado por Regina atende escolas geridas pelo governo de Rondônia com o alimentos. Ela também é presidente da Cooperativa de Piscicultores, Aquicultores, Pescadores, Produtos Rurais e Extrativistas do Estado de Rondônia (Cooppeixe).
O frigorífico da psicultora atende escolas do governo com o alimento desde 2016
Emily Costa/g1 RO
Da pintura a agroindústria
Nara é natural de Itacoatiara (AM) e mudou-se para Rondônia aos 12 anos. Sempre teve um apreço e talento natural por artes visuais. Enquanto trabalhava pintando paredes de escolas, decidiu estudar fisioterapia.
Ainda na faculdade, ela montou uma clínica de fisioterapia em casa, na zona rural de Porto Velho, onde atendia principalmente moradores da região. A maioria deles eram agricultores desanimados com o esforço que precisavam fazer na profissão.
Pinturas na parede do escritório da agroindústria feita por Nara Regina
Emily Costa/g1 RO
Nara propôs aos vizinhos a ideia de trabalharem com a criação de peixes. Empolgada com a sugestão, decidiu utilizar os tanques de sua propriedade. Esse seria o início de um sonho: o frigorífico de peixes em seu quintal.
A psicultora conta que apresentou pela primeira vez seu projeto de agroindústria na Rondônia Rural Show (um das maiores feiras de agronegócio da região Norte). A partir disso, ela começou a receber investimentos para expandir o frigorífico.
Tanques de peixes no quintal da casa de Nara Regina
Emily Costa/g1 RO
“Era algo muito pequeno porque no inicio trabalhava só eu e minha familia, mas todo o recurso que eu recebia do governo eu investia para melhorar a qualidade do produto. De repente começou a crescer e veio os reconhecimentos”, conta a psicultora.
Frigorífico de peixes
No local, são processadas as espécies de tambaqui, pintado e pirarucu que passam por diversas etapas: sensibilização (onde os peixes são colocados vivos no gelo), limpeza, retirada de vísceras, cabeça e espinhas. Após esse processo, os pescados são embalados e congelados.
Apenas 35% a 40% são aproveitados do peixe in natura. Cerca de 12 toneladas de pescado fresco que chegam no frigorífico, se tornam 4.500 quilos de peixes embalados e processados. A parte não utilizada do pescado é doada para igrejas.
Frigorífico de Nara fica localizado na zona rural de Porto Velho (RO)
Emily Costa/g1 RO
“O reconhecimento hoje é fruto de muita dedicação em todos os processos dentro do frigorífico, que são acompanhados e realizado por profissionais capacitados. A qualidade faz a diferença”, explica Nara.
Desde 2016, a agroindústria fornece o pescado para as escolas do governo de Rondônia, através do projeto “Peixe na Mereda”. Além de atender as escolas, Nara vai até as instituições ensinar os merendeiros a preparar o alimento.
Frigorífico fornece o pescado para as escolas do governo de Rondônia, através do projeto ‘Peixe na Mereda’
Emily Costa/g1 RO
Programa de Assistência Técnica e Gerencial
A agroindústria da ribeirinha também participa do Programa de Assistência Técnica e Gerencial (Ateg) do Senar Rondônia, onde recebe orientação da técnica em relação a gestão
De acordo com Emerson Lira, superintedente do Senar-RO, o programa foi criado em 2018 e fornece assistência ténica para produtores rurais de forma gratuita. Como no caso de Nara, o produtores são acompanhados periodicamente por um técnico de campo uma vez por mês.
Programa de Assistência Técnica e Gerencial (Ateg) do Senar Rondônia auxilia a psicultora na gestão de sua agroindústria
Emily Costa/g1 RO
Além disso, em 2023, os profissionais do frigorífico receberam um curso de beneficiamento e preparação de pescados, promovido pelo Senar. Onde aprenderam a exercutar e aprimorar os processos do pescado.
GALERIA: Veja imagens do frigorífico de peixes criado por psicultora ribeirinha em Porto Velho (RO)
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