O serviço Família Acolhedora inicia, na próxima quinta-feira (24/10), uma campanha que busca recrutar famílias interessadas em acolher temporariamente crianças e adolescentes do Distrito Federal.
O objetivo é atrair 150 novas famílias, abrangendo diferentes configurações familiares, que possam oferecer um lar provisório para menores afastados de suas famílias de origem por conta de violações de direitos.
A campanha, com duração de três meses, visa sensibilizar a população sobre a importância do acolhimento familiar, que é uma medida protetiva judicial para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade.
Com o tema “Amor que cresce com você”, a ação busca informar quem pode se tornar uma família acolhedora e proporciona uma oportunidade de iniciar uma nova fase em um ambiente seguro e amoroso.
Para participar do projeto, é necessário cumprir alguns requisitos, como:
ter mais de 18 anos
residir no Distrito Federal
não possuir antecedentes criminais
não ter a intenção de adotar
ter condições de saúde e estabilidade emocional para cuidar de criança ou adolescente
As famílias são acompanhadas por equipes de psicólogos e assistentes sociais durante todo o processo de acolhimento.
Veja como ter mais informações sobre como se inscrever.
O serviço é destinado a crianças e adolescentes de até 18 anos e tem caráter temporário, com prazo legal de até 18 meses, podendo ser prorrogado dependendo do caso.
Durante esse período, as equipes técnicas trabalham para promover o retorno das crianças à família de origem ou encaminhá-las para adoção ou à família extensa, se necessário.
Quem está inscrito no Cadastro Nacional de Adoção não pode participar do programa, pois o acolhimento familiar é uma medida temporária, diferente da adoção, que é definitiva.
Segundo a psicóloga Julia Salvagni, coordenadora do serviço e vice-presidente de um grupo que apoia a convivência familiar e comunitária no DF, o cenário de acolhimento ainda precisa de mais visibilidade.
“Precisamos de uma mudança de cultura com relação ao acolhimento de crianças e adolescentes no Brasil. Não se trata do apego do adulto, mas sim das necessidades das crianças e do impacto positivo que o acolhimento pode gerar a longo prazo”, afirma.
Julia destaca os benefícios do acolhimento familiar, dentre eles a construção da autonomia, a ajuda na organização da rotina e a mitigação dos danos afetivos e comportamentais que podem surgir após a separação da família de origem.
“O acolhimento proporciona favorece a criação de vínculos, oferecendo a crianças e adolescentes a chance de se sentirem seguros e cuidados durante o período de transição até que possam retornar à sua família ou seguir para uma adoção”, completa.
A campanha também destaca que 96% das crianças e adolescentes sob medida de proteção no Brasil estão em abrigos, enquanto apenas 4% vivem em famílias acolhedoras.
No Distrito Federal, o percentual é de 7% em acolhimento familiar, enquanto 93% permanecem em instituições.
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