São Paulo – Policiais militares foram recebidos a tiros, na tarde deste sábado (30/3), quando faziam rondas nas imediações do Morro do Jardim Progresso, em Santos, litoral paulista. A região, onde também fica o Morro de São Bento, é dominada pelo Primeiro Comando da Capital (PCC).
Segundo o Comando Geral da PM, policiais do 11º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep), oriundos de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, teriam sido alvo dos tiros dados por ao menos três bandidos.
Os PMs, então, revidaram. Em dado momento, ficaram acuados até a chegada de reforço, inclusive do helicóptero Águia. Parte da troca de tiros causou pânico na região e foi registrada por vizinhos. O Metrópoles teve acesso às gravações feitas por um morador da região (assista abaixo).
Tiroteio PM e PCC Santos
Helicóptero Águia deu apoio durante confronto com criminosos
Reprodução/Arquivo Pessoal
Tiroteio PM e PCC Santos
PMs correm para se proteger durante troca de tiros em Santos, litoral de SP
Reprodução/Arquivo Pessoal
Tiroteio PM e PCC Santos
Policiais militares procuram por criminosos após tiroreio
Reprodução/Arquivo Pessoal
Tiroteio PM e PCC Santos
Policial se protege atrás de poste durante troca de tiros
Reprodução/Arquivo Pessoal
Tiroteio PM e PCC Santos
PMs correm durante tiroteio
Reprodução/Arquivo Pessoal
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Segundo o registro, dezenas de disparos são ouvidos de dentro do imóvel da testemunha, assemelhando-se às cenas cotidianas nos morros do Rio de Janeiro.
O morador se espanta por causa dos tiros ininterruptos. “O bagulho não para […] A bala [tá] comendo [solta], família”, comenta.
Apesar da grande quantidade de disparos, de ambos os lados, ninguém se feriu, de acordo com nota enviada ao Metrópoles, neste domingo (31/3), pela Secretaria da Segurança Pública (SSP). A pasta acrescentou que os policiais “foram vítimas de tentativa de homicídio”, durante incursão da Operação Verão.
Veja o vídeo da ação abaixo:
A Operação Verão, deflagrada no fim do ano passado, reforçou o policiamento no litoral com mais de 3 mil policiais militares, de várias regiões do estado.
A previsão inicial, segundo a gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos), era encerrar as ações em 23 de fevereiro. Porém, após a morte de policiais militares na região, incluindo dois das Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota), a operação segue por tempo indeterminado.
A resposta também veio com sangue. Até a publicação desta reportagem, ao menos 56 pessoas haviam sido mortas por PMs em supostos confrontos na região. A violência sem precedentes, perpetrada por agentes públicos, é alvo da Ouvidoria das polícias. O órgão já publicou dois relatórios apontando uma série de irregularidades nas ações policiais na Baixada Santista. Entre as denúncias, estão acusações de tortura e execução sumária.
Levantamento feito pelo Ministério Público de São Paulo, sobre a letalidade da PM paulista, mostra que as mortes provocadas por agentes em Santos, no primeiro trimestre deste ano, explodiu 1.250%.
Nos três primeiros meses de 2023, duas pessoas foram mortas em supostos confrontos com policiais militares. No mesmo período deste ano, foram 27.
Os dados do Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial (Gaesp) ainda mostram que a mortes provocadas por PMs, no primeiro trimestre de 2024, superam todos os registros do ano passado, quando 17 pessoas foram mortas por homens da corporação.
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