Mesmo sem ter afinidade com a cozinha, Letícia Almeida, mãe de Ricco e também da Ísis Antonella, se tornou referência em alimentação de alérgicos em São Luís. Após ter filho com alergias alimentares, mãe investe na produção de doces e salgados para quem tem dietas restritivas: “renasci como pessoa “
Arquivo pessoal
Há 10 anos a vida de Letícia Almeida mudou completamente, após dar a luz ao seu primeiro filho, Ricco Arthur. O momento de felicidade e plenitude em se tornar mãe veio acompanhado de um grande desafio, o menino havia nascido com alergia a diversos alimentos como com leite, ovos, soja e glúten. Mesmo sem ter afinidade com a cozinha, a mãe de Ricco e também da Ísis Antonella, de 6 anos, se tornou referência em alimentação de alérgicos em São Luís.
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Ao g1, a empreendedora conta que durante a amamentação, teve que adotar uma dieta restritiva, para não expor o filho a nenhum risco, pois qualquer deslize na alimentação da mãe poderia causar diarreia, perda de peso e até um edema de glote (inchaço repentino na garganta, impedindo a passagem de ar para os pulmões) no bebê. Porém, se adaptar a um novo estilo de alimentação não foi uma tarefa fácil, ainda mais para quem não sabia cozinhar.
“Nunca cozinhei na vida! Sempre gostei de comer. Por isso sofri muito durante a amamentação, por conta da dieta restritiva. Na época não podia comer nada com leite, ovos, carne de gado, glúten e soja. E ficava meio que depressiva por fazer uma dieta muito rígida, porque não podia ter furos”, conta a mãe.
Letícia relata que chorava de desespero pela condição do seu filho, pois ele tinha múltiplas alergias. Foi nessa fase tão difícil de sua vida e sem encontrar no mercado uma oferta vasta de produtos voltados às pessoas com alergia alimentar, que Letícia decidiu criar soluções seguras para a alimentação do seu filho.
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Mesmo sem ter paixão pela cozinha, as preocupações de mãe a fizeram criar uma afinidade com a produção de alimentos. A princípio ela começou a adaptar receitas da internet e de outras, com o passar do tempo, Letícia foi se aperfeiçoando até que passou a criar as suas próprias receitas sem leite, ovos e trigo.
Após ter filho com alergias alimentares, mãe investe na produção de doces e salgados para quem tem dietas restritivas: “renasci como pessoa “
Arquivo pessoal
Durante esse período, Letícia observou que havia muitas crianças que sofriam com restrições alimentares e mães que precisavam mudar a dieta por conta da amamentação de seus filhos. Foi aí que ela decidiu criar um empreendimento que oferecesse bolos, doces, pães e salgados gostosos e seguros para quem sofre com dietas restritivas, alergias, intolerâncias ou quem busca uma alimentação vegetariana.
“Chegar aqui não foi fácil, mas graças a Deus ele foi nos capacitando diariamente. Fui desafiada pela condição alimentar do meu primogênito e iniciei um negócio que pudesse proporcionar inclusão através da alimentação, onde teríamos como missão criar memórias afetivas em crianças, pais que passavam e ainda passam pelos mesmos desafios que nós enfrentamos. Assim a ‘Letícia Almeida cozinha sem leite e sem ovos’ surgiu”, relata a empreendedora.
Após ter filho com alergias alimentares, mãe investe na produção de doces e salgados para quem tem dietas restritivas: “renasci como pessoa “
Arquivo pessoal
O negócio foi uma oportunidade de ajudar quem sofre com alergias, mas também contribuir com a renda de Letícia, pois, antes de seus dois filhos nascerem, ela trabalhava com vendas em uma empresa multinacional que tinha sede em São Luís e, no final da gestação de Ricco Arthur, ela decidiu parar de trabalhar para esperar a chegada do filho primogênito e, com as restrições alimentares do menino, Letícia acabou não voltado ao serviço.
“Tudo isso foi por causa do meu filho. Se ele não tivesse nascido com as alergias, com certeza eu não estaria nesse ramo de alimentação. Hoje é um trabalho que adoro fazer, pois eu renasci como pessoa também, me senti mais útil em poder ajudar outras mães, outras famílias que passam por essa fase, essa necessidade de comer”.
A mãe começou a fazer suas receitas e divulgar nas redes sociais. Com o tempo o negócio foi crescendo, atraindo cada vez mais pessoas, pois, além de produzir receitas saborosas e respeitando a alergia de cada cliente, Letícia também investiu no visual de seus produtos.
Após ter filho com alergias alimentares, mãe investe na produção de doces e salgados para quem tem dietas restritivas: “renasci como pessoa “
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“Eu queria que as pessoas olhassem e acreditasse que realmente era um alimento igual ao tradicional, mas seguro, gostoso e saudável. Sem preconceito por não ter isso ou por não ter aquilo. Superando esse tipo de obstáculo, depois é manter uma clientela fiel, que isso conseguimos de pouquinho a pouquinho, o famoso boca a boca”, conta.
Letícia também conta que as mães de alérgicos são muitos desconfiadas quanto a produção do alimento, para saber se, de fato, é algo seguro para seus filhos. E esse obstáculo da desconfiança ela também conseguiu superar.
“Conquistamos a confiança de mães e de grandes médicos da Ilha, por ter todo cuidado é por sermos uma cozinha exclusiva e específica para atender esse público tão seleto. E eu super entendo, pois não trato apenas de alimentos para alérgicos, trato de vidas. Alergia e coisa séria”, destaca.
Para se destacar ainda mais no mercado, Letícia também contou com a assessoria especializada do Sebrae, que a ajudou a ter um networking na área, bem como a participar de importantes eventos para empreendedores, fazendo seu negócio ter mais reconhecimento.
“Eu busquei a assessoria do Sebrae e participei de vários projetos. E em muitas coisas o Sebrae me ajudou de forma positiva, tanto com networking quanto com eles se lembrarem de mim em todos os eventos, me chamarem para participar. Então é um colaborador que eu tenho que eu sei que, todas as vezes que eu preciso, eu posso contar com o Sebrae”, declara a empreendedora.
E com essa assessoria do Sebrae, o negócio de Letícia, que atendia a uma minoria de pessoas com esse tipo de condição alimentar, foi crescemos ano após ano. Hoje a empreendedora tem 10 anos de atuação no mercado, com a produção de muitos bolos e encomendas e muitas famílias impactadas com a experiência de comer um bolo sem leite e sem ovos no aniversário, ou aqueles que ficaram felizes em ter opções seguras a oferecer aos seus filhos, além de criar memórias lindas durante a dieta.
Após ter filho com alergias alimentares, mãe investe na produção de doces e salgados para quem tem dietas restritivas: “renasci como pessoa “
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“As mulheres são fundamentais para a diversificação da economia, por isso o Sebrae realiza ampla mobilização em favor do empreendedorismo feminino no Brasil, desenvolvendo ações voltadas às mulheres que já são donas de pequenos negócios e àquelas que pretendem empreender. Além de contribuírem para a dinamização da nossa economia e para a criação de novos empregos, os negócios comandados por mulheres apresentam alguns diferenciais na área comportamental e no perfil da gestão. As mulheres demonstram mais capacidade de adaptação e colaboração, focam na organização e tendem a apresentar uma liderança mais humanizada”, destaca Edila Neves, diretora de Administração e Finanças do Sebrae no Maranhão.
Diretora de Administração e Finanças do Sebrae Maranhão, Edila Neves.
Divulgação
“Depois que nos tornamos mães a gente consegue tudo, a gente tem força, não sei de onde tiramos, mas por conta dos nossos filhos, os obstáculos se tornam pequenos e a gente consegue ir além do que imaginávamos. Hoje meu filho ainda é alérgico e eu não tenho nenhuma tristeza, nenhuma mágoa, nem fico reclamando da alergia dele. Porque foi por conta disso que nasceu uma nova pessoa, uma nova Letícia, uma nova mulher, uma nova empreendedora. E só tenho a agradecer a Deus e ao meu filho, meu primogênito”, afirma a mãe de Ricco e Ísis Antonella.
Após ter filho com alergias alimentares, mãe investe na produção de doces e salgados para quem tem dietas restritivas: “renasci como pessoa “
Arquivo Pessoal
“Hoje só tenho agradecer pela dádiva de ser mãe, por saber tão forte e guerreira só por conta do amor que está na alma, nas minhas veias pelos meus filhos. Eu me tornei uma mãe leoa e uma grande empreendedora. Então, quando a vida te dar um limão, transforme numa bela limonada”, finaliza.
Mulheres empreendedoras
O Sebrae não dispõe de dados sobre mães que são empreendedoras, mas aponta que as mulheres estão cada vez mais investindo em negócios próprios. Dados divulgados em março deste ano apontam que o Maranhão possui 305.352 empreendedoras, entre formais e informais, o que corresponde a 33,5% dos donos de negócio no estado.
O dado é de um levantamento recente produzido pelo Sebrae a partir de microdados da Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílio (PNAD) Contínua do 4º trimestre de 2023. Desse total, 285.472 trabalham por conta própria e 19.880 são empregadoras.
Ainda segundo a pesquisa, apenas 41.312 possuem empresa formalizada, cerca de 14% do total de mulheres empreendedoras, percentual superior ao de homens empreendedores com CNPJ, que é de 11%.
Mais formalizadas, as mulheres também foram o público que mais buscou as unidades de atendimento do Sebrae no Maranhão em 2023, representando 43% dos atendimentos. Homens foram 39% e os 18% restantes não informaram gênero.
Em 2023, foram registrados 544.132 atendimentos nas Unidades do Sebrae em todo o estado. Destes, cerca de 233.900 foram prestados a mulheres enquanto representante de empresa ou pessoa física.
“No Maranhão, as mulheres foram o público que mais buscou o Sebrae no ano passado, representando quase 234 mil dos atendimentos realizados. Este ano, já realizamos feiras, encontros e capacitações direcionadas às mulheres de negócios em diversos municípios maranhenses, além de estimularmos redes de empreendedorismo feminino”, afirma Marina Lavareda, gerente da Unidade de Atendimento do Sebrae no Maranhão.
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