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Após reforma tributária, S&P sobe nota de crédito do Brasil

A S&P, uma das três principais agências de classificação de risco do mundo, elevou nesta terça-feira (19/12) a nota de crédito do Brasil (o chamado “rating”) de “BB-” para “BB”, com perspectiva estável.

A nota do país segue em território especulativo e estás dois degraus abaixo do chamado grau de investimento.

A decisão é um termômetro importante para o mercado financeiro porque indica que a agência de classificação vê o Brasil com maior capacidade de honrar seus compromissos financeiros.

A mudança na classificação do rating brasileiro acontece poucos dias depois da aprovação da reforma tributária pelo Congresso Nacional. Segundo a S&P, a medida faz parte do rol de “políticas pragmáticas” adotadas pelo país desde 2016.

Em junho deste ano, a agência há havia modificado a perspectiva do rating do Brasil de estável para positiva, o que não ocorria desde 2019.

De acordo com a S&P, a perspectiva estável do país reflete a expectativa de que o Brasil mantenha uma posição externa consolidada, principalmente por causa da forte produção de commodities e das necessidades limitadas de financiamento externo.

“Acreditamos também que a estrutura institucional do Brasil pode sustentar a formulação de políticas estáveis e pragmáticas, com base em amplos freios e contrapesos nos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário do governo. Esperamos uma correção fiscal muito gradual, mas antecipamos que os déficits fiscais permanecerão elevados”, diz a S&P.

O que é uma agência de risco

As agências de classificação de risco são empresas privadas que avaliam a saúde financeira de países e, inclusive, de outras empresas. Com base em critérios como juros, dívida, capacidade fiscal e outros, as agências concedem uma nota de crédito (o chamado rating).

“As notas das agências de alguma forma refletem a capacidade tanto das empresas no crédito corporativo quanto dos países de honrarem o compromisso financeiro com seus credores”, afirmou Raphael Moses, professor do Coppead, escola de negócios da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em entrevista ao Metrópoles, em junho. “Teoricamente, quanto maior a nota, menor a probabilidade de o devedor dar calote ou ficar inadimplente”, diz Moses.

Além da Fitch, a S&P e a Moody’s completam a lista das principais agências de risco no mercado global. As três foram fundadas ainda no início do século passado e têm sede em Nova York, nos EUA (a Fitch tem sede dupla, em Nova York e em Londres, na Inglaterra).

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