O Irã tem uma rede de centros de pesquisa em energia nuclear espalhados pelo país. São unidades de desenvolvimento de tecnologia e produção de urânio – matéria prima para usinas nucleares. Aceleração do programa nuclear iraniano preocupa o mundo e, principalmente, Israel
Jornal Nacional/ Reprodução
As explosões no Irã aconteceram perto de centros de pesquisa do programa nuclear do país.
O governo iraniano e a Agência Internacional de Energia Atômica da ONU informaram que as instalações nucleares não sofreram danos. Imagens mostram um desses locais, próximo de onde aconteceram as explosões.
O Irã tem uma rede de centros de pesquisa em energia nuclear espalhados pelo país. São unidades de desenvolvimento de tecnologia e produção de urânio – matéria prima para usinas nucleares. Perto da cidade de Isfahan, onde drones suspeitos foram abatidos, fica a central subterrânea de Natanz, a mais importante do país para enriquecimento de urânio.
Esse processo separa diferentes tipos da substância. A maioria das usinas nucleares precisa de uma variante específica de urânio. Ela representa menos de 1% de todo o urânio encontrado na natureza. O enriquecimento aumenta a concentração dela. Os reatores conseguem gerar energia quando a quantidade dessa variante no urânio chega a cerca de 3%. E é justamente esse número que virou o foco de uma tensão que vem aumentando na última década.
Em 2015, quando firmou um acordo internacional com os Estados Unidos e outros países, o Irã se comprometeu a limitar o enriquecimento de urânio a 3,7%, para uso em fins pacíficos, como a geração de eletricidade. O estoque da substância não podia passar de 300 kg. Mas, em 2018, o então presidente americano Donald Trump retirou unilateralmente os Estados Unidos do acordo.
Em 2019, o Irã anunciou que estava ultrapassando o limite de estoque de urânio. Em 2023, observadores internacionais afirmaram que o país já estava enriquecendo urânio a mais de 80%. Segundo cientistas, o país poderia chegar a 90%, que é o nível necessário para produzir armas nucleares.
A Agência Internacional de Energia Atômica foi impedida de entrar nas instalações nucleares do Irã em 2023. Mas relatou que o país já teria armazenado uma quantidade de urânio 22 vezes maior do que era previsto no acordo de 2015. A aceleração do programa nuclear iraniano preocupa o mundo, principalmente, Israel, inimigo do Irã há décadas.
Em abril de 2021, a usina nuclear de Natanz, em Isfahan, sofreu um apagão, depois de um ataque cibernético. Centrífugas de enriquecimento de urânio foram danificadas. O Irã acusou Israel por essa e outras sabotagens, inclusive o assassinato de pesquisadores iranianos.
O professor de relações internacionais da PUC de São Paulo, Rodrigo Amaral, explica por que Israel mira os planos de enriquecimento de urânio do Irã.
“Desde a Guerra Fria, a capacidade militar nuclear é o que distingue pequenos de grandes Estados. No Oriente Médio, o único que detém essa capacidade é Israel, por conta de uma anuência ocidental . O outro que poderia ter é o Irã. O Irã, se quisesse mesmo, já tinha produzido. Ele usa isso como uma espécie de margem de manobra”, afirma.
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