Sequência de Garou: Mark of the Wolves revive série Fatal Fury respeitando legado dos jogos originais, mas atualizando para mecânicas modernas; confira impressões O TechTudo esteve na BGS 2024 e um dos pontos altos da edição deste ano foi o estande da SNK, que trouxe o aguardadíssimo Fatal Fury: City of Wolves, sequência de Garou: Mark of the Wolves (1999). Anunciado em 2022, City of Wolves é o primeiro novo Fatal Fury em mais de 20 anos e chega com a missão de reviver uma das maiores franquias de jogos de luta da década de 1990, que inclusive deu origem a série The King of Fighters. Durante o evento tivemos a oportunidade de testar uma versão preliminar do game com 5 personagens e sentir um pouco de como a SNK planeja entregar um game de luta moderno sem desrespeitar o legado da série original.
Além disso, o TechTudo também conversou com Maxx Clark, gerente de marketing da SNK que explicou, justamente, a abordagem da empresa no desenvolvimento de City of Wolves, inclusive mencionando parcerias com a Capcom e planos para o futuro da marca. O título chega em 24 de abril de 2025 para PlayStation 5 (PS5), PlayStation 4 (PS4), Xbox Series X, Xbox Series S, e para PC via Epic Games Store e Steam, e já está disponível para pré-compra em todas as plataformas. Confira nossas primeiras impressões.
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Fatal Fury: City of Wolves – Especiais são relativamente fáceis de aplicar
Reprodução/Daniel Trefilio
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Clássico reimaginando sem perder a essência
Quando foi lançado em 1999, Garou: Mark of the Wolves era claramente uma sequência de Fatal Fury em termos de história e desenvolvimento dos personagens, mas por alguma razão abriu mão da marca em favor de sugerir um spin-off. Não está claro se a ideia era lançar uma nova franquia, como a SNK fez com The King of Fighters em 1994, e manter duas “antologias” distintas, uma para Fatal Fury e uma segunda para Garou, representando um futuro mais distante daqueles personagens.
Fato é que, apesar de ser um título extremamente competente em termos de mecânicas, inclusive com muitas aproveitadas em outros jogos, Mark of the Wolves acabou “esquecido no churrasco”, deixando os fãs de Fatal Fury órfãos por mais de 20 anos.
Fatal Fury: City of Wolves – Versão apresentada na BGS trazia 5 personagens jogáveis
Reprodução/Daniel Trefilio
Fatal Fury: City of Wolves é quase uma reparação histórica ao resgatar tanto a marca da série que fez sucesso na década de 90, quanto mecânicas que inovaram no primeiro Garou, mas passaram despercebidas até serem implementadas em outros jogos. Logo de saída os jogadores veteranos conseguem reconhecer os movimentos de fintas e desvios – as esquivas paradas e em movimento que já faziam parte dos jogos da SNK desde o The King of Fighters ‘97.
Os movimentos de cancelamento de defesa e ataques especiais também retornam, mas continuam bem difíceis de encaixar se o nível de habilidade do jogador for amador – como no meu caso. Em compensação, os especiais de nível 1 e nível 2 são bem mais simples de ativar e conectar em combos, algo que exigia muita coordenação e timing em Mark of the Wolves.
Além disso, o jogo traz uma mecânica nova para a série, o hyper defence, movimento que se assemelha com o sistema de aparar ataques (parry) do Street Fighter 3 – sim, o mesmo da final histórica entre Ken (Daigo Umehara ) e Chun Li (Justin Wong) na EVO 2004. Outra mecânica importada da série de luta da Capcom é o Modo Rev, equivalente ao modo Drive de Street Fighter 6, que libera alguns movimentos específicos, especiais, magias e defesa mais poderosos, além de mais agilidade para encaixar combos. Assim como no Drive, o Modo Rev também causa um estado de exaustão se utilizado por muito tempo.
Fatal Fury: City of Wolves traz mecânica de aparar ataques
Reprodução/Daniel Trefilio
Acessível, mas com carinha de EVO
Como já mencionado, por mais que movimentos como aparar ataques e cancelar especiais continuem sendo técnicas para jogadores avançados, praticamente todas as outras habilidades e mecânicas estão bem mais simples de usar em luta sem ter que recorrer ao famigerado button mashing, de apertar todos os botões até algo acontecer. É relativamente intuitivo entender os comandos dos especiais, seguindo os padrões já conhecidos de sequência, como meia-lua para trás, para frente, e assim por diante, além do próprio tempo para encaixar os golpes.
Outra novidade extremamente bem-vinda para iniciantes é o Modo Simplificado (Smart Style). Ele abre mão dos tradicionais botões de chute e soco fortes e fracos, para apenas um botão de soco, um de chute, que variam a força conforme a distância do adversário, um para combos simplificados, um para ataques especiais, e assim por diante. Nesse modo é possível se divertir realizando combos e ataques poderosos sem precisar realizar os comandos avançados de ataques especiais, por exemplo.
Fatal Fury: City of Wolves – Diferentes estilos de controle tornam o jogo acessível a veteranos e iniciantes
Reprodução/SNK (Editada por Daniel Trefilio)
O Modo Arcade (Arcade Style) continua com os comandos tradicionais, que apesar de mais difícil, causa uma sensação maior de conquista ao encaixar um especial impressionante, mas tudo depende do que você espera de um jogo de luta. Apesar de ter testado o game rapidamente e apenas contra o computador, o jogo parece ter sido desenhado sob medida para contemplar o circuito profissional, com mecânicas equilibrando ataques, defesas, contra-ataques e combos. A própria jogabilidade é bem mais fluida que a de muitos games que, inclusive, já ocupam spots de destaque na EVO e outros torneios oficiais.
Pensando ainda no cenário competitivo, Maxx Clark, gerente de marketing da SNK, explicou que uma das primeiras preocupação da equipe de desenvolvimento foi garantir que City of Wolves tenha desde o lançamento crossplay entre todas as plataformas e sistema de “rollback netcode”, para garantir uma experiência online extremamente fluida. A ideia é garantir uma base ativa e estável de jogadores a longo prazo, independente do console, garantindo filas rápidas e um ranking mais diverso e competitivo.
Fatal Fury: City of Wolves irá com personagens clássicos e inéditos
Reprodução/Daniel Trefilio
Em teoria, isso permitirá que jogadores de todos os níveis encontrem partidas condizentes com seu nível de habilidade. Dessa forma, os iniciantes podem ter uma experiência competitiva menos frustrante, por não serem pareados constantemente com jogadores muitos mais experientes, enquanto os veteranos também vão conseguir sempre partidas com grau de desafio satisfatório.
Parceria com a Capcom
Clark ainda explicou que, apesar de sistemas parecidos com os de Street Fighter, a Capcom não teve envolvimento direto no desenvolvimento de Fatal Fury, mas as empresas vem trabalhando, sim, uma parceria, que até já gerou cross-overs de personagens entre as franquias. Além de Mai Shiranui e Terry Bogard chegando em breve a Street Fighter 6, Ken e Chun Li já estão confirmados como DLC para Fatal Fury: City of Wolves. O porta-voz ainda menciona que a intenção é não parar por aí, e aprofundar essa colaboração no futuro, mas não abriu detalhes sobre como isso seria realizado.
Fatal Fury: City of Wolves – Parceria com Capcom traz cross-over de personagens com Ken e Chun Li chegando como DLC de City of Wovles
Divulgação/SNK
Não é só um “Garou 2”, é um novo Fatal Fury
Os primeiros testes durante a BGS deixaram claro que Fatal Fury: City of Wolves não se trata de um The King of Fighters XV com outra skin ou uma simples sequência de Garou, mas um Fatal Fury como deve ser, bebendo, sim, de outras fontes, mas com identidade própria. Nesse aspecto, Clark foi categórico ao afirmar que a equipe de desenvolvedores se preocupou em manter todos os sistemas do Garou de 1999, mas trazendo muitas características de outros títulos da casa, como os golpes “com mais peso” da série Fatal Fury: Final Bout, ou o sistema de “corrida”, presente e em Samurai Shodown (SS) e KoF.
Fatal Fury: City of Wolves bebe de outras fontes mas tem personalidade própria
Reprodução/Daniel Trefilio
O próprio tempo dos ataques é diferente, nem tão lento quanto em SS, nem tão frenético e livre como em King of Fighters. Fatal Fury: City of Wolves chega em 25 de abril de 2025, e está em pré-venda para PlayStation 4 e PlayStation 5, por R$ 299,90, ou R$ 324,27 para Xbox Series X/S, e PC via Steam e Epic Games Store, na edição especial. Ela inclui o jogo base, o passe de temporada com 5 pacotes de DLC, o último previsto para início de 2026, e o acesso antecipado de 3 dias.
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