ChatGPT vai produzir aulas para alunos da rede estadual de SP; veja riscos

Aulas, que antes eram produzidas por professores especializados, serão feitas com inteligência artificial durante gestão do governador Tarcísio de Freitas; entenda riscos O ChatGPT vai criar aulas para estudantes da rede estadual de São Paulo. Segundo apuração da Folha, o chatbot com inteligência artificial (IA) da OpenAI será utilizado para desenvolver materiais didáticos, que antes eram produzidos por professores especializados. Agora, esses profissionais serão responsáveis apenas por realizar ajustes e corrigir eventuais falhas nas aulas online. Vale citar que é comum que ferramentas de IA generativa façam erros grotescos, conhecidos como “alucinações”, que podem prejudicar a qualidade do material disponibilizado aos alunos da rede estadual. A seguir, entenda o caso e conheça riscos de desenvolver aulas com o ChatGPT.
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ChatGPT vai produzir aulas para alunos da rede estadual de SP; veja riscos
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ChatGPT vai substituir professores em São Paulo? Entenda o caso
Segundo apuração da Folha, professores curriculistas — ou seja, profissionais especializados em produzir material didático — não serão mais responsáveis por criar aulas online, apenas por revisá-las e corrigir eventuais falhas. Agora, o ChatGPT os substituirá na produção desses conteúdos. Dessa forma, caberá aos professores “avaliar a aula gerada e realizar os ajustes necessários para que ela se adeque aos padrões pedagógicos”.
A Secretária de São Paulo confirmou, em nota, que pretende utilizar o ChatGPT para elaborar aulas dos alunos da segunda metade do ensino fundamental (6º ao 9º ano) e do ensino médio. De acordo com o órgão, a inteligência artificial será treinada com materiais previamente feitos por professores humanos e, assim, conseguirá agilizar a produção das aulas digitais do 3º bimestre deste ano. Além disso, o procedimento ainda será testado e precisará passar por todas as etapas de validação para que seja confirmado.
ChatGPT pode substituir professores?
Divulgação/Pexels
Riscos de usar o ChatGPT para criar aulas
Mesmo sendo alimentado com uma base de dados confiável, o ChatGPT ainda pode criar material inverídico. Isso ocorre devido às chamadas “alucinações” da IA, que acontecem quando o software, por não ter resposta definida para determinado comando, gera informações incorretas, imprecisas ou falsas. Outro gatilho para alucinações acontece quando o prompt utilizado é confuso ou apresenta gírias, ou outras palavras não compreendidas pela tecnologia. Nesse caso, o algoritmo da plataforma pode errar ao interpretar o comando e, com isso, produzir respostas a partir dessa confusão — e, consequentemente, não responder corretamente.
Apesar da revisão dos professores, não é difícil imaginar que talvez algum erro possa não ser percebido. Segundo estudo da Universidade de Zurique, da Suíça, os chatbots conseguem criar fake news mais convincentes do que humanos. No experimento, 697 voluntários foram submetidos a tuítes noticiosos criados pelo ChatGPT e por humanos. Como resultado, as mentiras das ferramentas de IA foram mais avaliadas como verdadeiras do que as mentiras feitas por pessoas reais.
Ainda que não haja falhas no material, é inegável que as aulas feitas pelo ChatGPT serão menos ricas e atualizadas do que as produzidas por professores reais. A tecnologia pode ajudar os profissionais da educação em diversas tarefas, como resumir ou traduzir textos, dar ideias de temas para debates, corrigir erros ortográficos e muito mais. No entanto, a IA não substitui a experiência, a didática e os anos de formação dos professores.
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Reprodução/AdobeStock
ChatGPT pode ser um aliado nos estudos, mas não assim
Além dos professores, os alunos também podem usar o ChatGPT como um aliado nos estudos de diferentes maneiras. Com a ferramenta, os estudantes podem fazer fichamentos, criar cronogramas, formatar segundo as normas da ABNT e muito mais. Vale relembrar que, embora a IA possa otimizar o aprendizado, ela não substitui fontes confiáveis de informação nem meios tradicionais de estudo, como livros e artigos científicos.
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