A crescente demanda de contratação gerada pelas grandes petroleiras, como a Petrobras, tem sido uma oportunidade democrática para empresas de variados portes. Segundo especialista ouvido pelo FeedTalk, microempreendedores individuais (MEIs) e grandes corporações têm encontrado espaço para fornecer serviços para a indústria de óleo e gás.
“Você encontra MEI [Microempreendedor Individual] fornecendo para a indústria de óleo e gás. Tem as micro e as grandes também”, disse Tereza Soares, CEO do Grupo I Can.
Para Tereza, a chave para investir na prestação de serviços para as gigantes do óleo e gás é a especialização e capacitação. É essencial entender onde a empresa deseja se posicionar e aproveitar as oportunidades específicas de cada região.
Tereza identifica quatro pontos centrais para empresas que desejam se inserir no setor de óleo e gás:
Os serviços requisitados variam desde consultorias e análises estatísticas até trabalhos mais operacionais e manuais, conforme as necessidades locais de cada petrolífera.
A Petrobras conta com 105,4 mil prestadoras de serviços contratadas, com a maioria delas (72.730) concentradas no Sudeste, onde estão localizadas as principais unidades de refino e extração de petróleo. No Nordeste, há 17.729 companhias, enquanto o Norte possui 2.898 prestadoras.
As áreas de atuação dessas prestadoras são diversificadas: 58.368 empresas operam no apoio à operação, 31.043 estão envolvidas em obras e 5.391 atuam em paradas de manutenção.
A maioria dos fornecedores da Petrobras tem contratos de até R$ 100 mil, representando 65% dos acordos. Contratos entre R$ 100 mil e R$ 1 milhão correspondem a 17%, e a mesma porcentagem aplica-se a contratos de R$ 1 milhão a R$ 100 milhões. Apenas 2% dos contratos superam esse valor.
O mercado de prestação de serviços para extração de petróleo está aquecido e diversificado, estendendo-se para além das áreas costeiras e alcançando o interior do país. “Hoje não é apenas a Petrobras. O mercado de petróleo e gás está bem plural a partir de uma série de melhorias”, afirmou Tereza.
A presença da indústria de óleo e gás impulsiona a economia local através da criação de empregos e da infraestrutura que se desenvolve ao redor dos polos industriais. Redes de hotéis, restaurantes e até o turismo local beneficiam-se dessa presença, fomentando o crescimento econômico das cidades.
Um exemplo notável é Macaé (RJ), conhecida como a capital nacional do petróleo. Segundo a prefeitura, há 3.099 prestadores de serviços no município, que experimentou um crescimento econômico de 600% nos últimos 10 anos com a chegada da indústria de óleo e gás.
A diversificação e expansão das atividades das grandes petroleiras oferecem oportunidades valiosas para pequenos e médios empresários, desde que estes estejam preparados para atender às exigências do setor e aproveitar as oportunidades regionais.
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