Michael Saylor, fundador da MicroStrategy, afirmou não ter medo de ter seus bitcoins confiscados pelo governo. Na sua fala, o executivo também insulta os pioneiros do Bitcoin ao chamá-los de “cripto-anarquistas paranoicos”.
Essa é a segunda parte de uma entrevista de Saylor ao canal Markets with Madison. Na primeira, divulgada na última sexta (18), o bilionário comentou sobre o que acontecerá quando gigantes como Apple, Microsoft, Google e Meta comprarem Bitcoin.
No momento desta redação, os dois vídeos já são os mais visualizados do canal em questão, uma prova do interesse público no assunto.
Hoje a MicroStrategy detém 252.220 bitcoins em seu caixa. Embora isso faça Michael Saylor ser visto como uma das principais vozes da criptomoeda, essa fortuna avaliada em R$ 97 bilhões está protegida por empresas terceirizadas.
Questionado se ele não tem medo de que o governo americano confisque suas moedas, Saylor não mostrou preocupação.
“Acredito ser o oposto. Acho que quando o Bitcoin é mantido por um monte de cripto-anarquistas — que não são entidades reguladas, que não reconhecem governos, ou não reconhecem impostos, ou não reconhecem requisitos de declaração — é o que aumenta o risco de confisco.”
“Você tem uma comunidade de criptomoeda pioneira muito radical em relação a isso”, continuou o executivo. “Mas se você olhar onde está todo o dinheiro, 99,9% do dinheiro está na economia tradicional.”
Novamente questionado sobre um possível confisco, agora com o exemplo do que aconteceu com o ouro dos cidadãos em 1933, o bilionário manteve sua resposta.
“As pessoas dizem isso, mas a maioria são cripto-anarquistas paranoicos. É um mito e um estereótipo que se repetem.”
If you’re surprised by Saylor’s recent comments then you haven’t been paying attention. https://t.co/Tf7CDM4LqT pic.twitter.com/GTAr2oXjEC
— Jameson Lopp (@lopp) October 21, 2024
Continuando sua explicação, Saylor afirma que o governo não confiscou o ouro das pessoas, mas sim que os americanos o entregaram voluntariamente. “Eles não bateram nas portas de todo mundo, fazendo prisões e dando tiros para tomar seu ouro”, continuou, “nunca aconteceu”.
Na sequência, o bilionário afirma que essa narrativa é usada por empresas para vender seus produtos, incluindo carteiras de hardware, passaportes, armas e outros produtos e serviços.
O trecho do vídeo obviamente irritou os pioneiros do Bitcoin e sua classe, que tanto defendem a autocustódia e operam com o lema ‘não confie em ninguém’. O próprio Jameson Lopp, que compartilhou o vídeo, escreveu que “se você está surpreso com os comentários recentes de Saylor, então não tem prestado atenção”.
Além da sua exposição com a MicroStrategy, Michael Saylor também possui cerca de 17.732 bitcoins pessoais (R$ 6,8 bilhões). Prestes a completar 60 anos, o bilionário não possui nenhum herdeiro para deixar essa fortuna.
Dado isso, na mesma entrevista, Saylor diz que deixará seus bitcoins para a humanidade.
“Sou um cara solteiro, não tenho filhos. Quando eu partir, eu parti”, disse Saylor.
“Sabe, assim como Satoshi deixou um milhão de Bitcoins para o universo, eu estou deixando o que tenho para a civilização.”
A segunda parte da conversa, onde Saylor aborda esses dois assuntos, pode ser assistida no vídeo abaixo.
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