O Bitcoin superou a marca de R$ 400.000 pela primeira vez na história e atingiu sua máxima histórica contra o real brasileiro nesta terça-feira (29). Parte disso é culpa do real, que se desvaloriza frente ao dólar americano, mas o mérito é quase todo do Bitcoin.
Contra o dólar americano, o Bitcoin subiu 3,5% nas últimas 24 horas e está cotado a US$ 71.200, bem próximo de seu recorde de US$ 73.700 registrado em março desse ano.
Bitcoin bate recorde de preço contra o real brasileiro. Fonte: CoinMarketCap.
As eleições presidenciais americanas explicam essa alta do Bitcoin. Isso porque as chances de vitória Donald Trump, que tem se mostrado um apoiador do setor de criptomoedas, tem aumentado.
Na Polymarket, por exemplo, Trump aparece com 66,3% das apostas contra apenas 33,7% de Kamala Harris. No total, mais de US$ 2,6 bilhões já foram apostados nessa enquete.
Donald Trump abre grande vantagem sobre Kamala Harris no mercado de previsões da Polymarket.
As eleições estão marcadas para a próxima terça-feira (5) e o mercado parece já estar precificando a vitória do ex-presidente.
Além do Bitcoin, outra moeda em destaque é a Dogecoin (DOGE), em alta de 12,8%. Isso está ligado ao recente alerta de Elon Musk sobre a dívida pública americana, considerado uma “emergência financeira” pelo bilionário que deve ganhar um cargo no governo de Trump, caso eleito.
Outro evento na mira dos investidores é a reunião do Banco Central dos EUA, o Federal Reserve, marcada para a próxima quinta-feira (7). Segundo a ferramenta FedWatch do CME Group, a expectativa é para um corte de 0,25% na taxa de juros americana.
Mercado espera que Fed corte os juros em 0,25% na próxima reunião e faça mais um corte de mesma proporção em dezembro. Fonte: CME FedWatch.
Portanto, assim como acontece com os resultados das eleições, investidores já estão se adiantando nas compras.
Além dos EUA, os países do BRICS também são responsáveis pela alta do Bitcoin. Em reunião feita na semana passada, a Rússia revelou planos para minerar BTC e usar a criptomoeda no comércio internacional com seus pares.
Para Matthew Sigel, executivo da gestora VanEck, esse e outros pontos mostram que o Bitcoin não é um ativo americano, onde é usado apenas por empresas, mas sim uma moeda do BRICS, já que os próprios governos estão usando a criptomoeda.
Em conversa com o Squawk Box, o executivo também notou que três dos seis países que recém entraram no BRICS estão minerando Bitcoin com seus próprios recursos governamentais. Isso inclui Argentina, Emirados Árabes Unidos e Etiópia.
Mesmo sem esses eventos, o Bitcoin sempre teve um ótimo desempenho nos meses de outubro. Segundo dados da Coinglass, o BTC teve alta em 10 vezes nesse período nos últimos 12 anos.
Retornos mensais do Bitcoin. Fonte: Coinglass.
A expectativa é que a alta continue pelos próximos meses e, obviamente, também registre um novo recorde de preço contra o dólar americano. A partir dali, vira descoberta de preço e é difícil imaginar até onde o Bitcoin pode chegar.
Fonte: Bitcoin encosta em novo recorde e se prepara para descoberta de preço
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